31 outubro 2012

Da ignorância

Não gosto de ler notícias. Ou ouvir. É a minha estratégia para fugir à crise. Até porque começava a ficar um bocado obcecada com esta situação, depois de ver o corte avultadíssimo que vou sofrer no próximo ano.  Já não aguento ir a sites de jornais e ver só notícias de impostos a aumentarem, os políticos a continuarem a roubar-nos, empresas a falir, desemprego a aumentar. Não aguento estar a jantar e ouvir a televisão de fundo, com notícias sobre as palhaçadas que acontecem diariamente na Assembleia de Repúblicao. A minha resolução foi abstrair-me da crise. Não mais quero ouvir as palavras austeridade, troika (odeio esta palavra), impostos, aumento, e tudo o que esteja relacionado. Apaguei os sites informativos dos meus favoritos e agora fujo deles como o diabo da cruz. Há uma semana que pus isto em prática e sinto-me bem melhor. Prefiro ser uma pateta feliz e só me aperceber dos aumentos quando me saírem directamente do bolso.

30 outubro 2012

Da demora

Não gosto de pessoas que vão para o Multibanco pagar as contas do mês (já estava a demorar um post sobre isto). O ritual é sempre o mesmo: chegam lá e tiram um extracto. A seguir pagam a água. Depois voltam  meter o cartão e pagam a luz. Ficam uns minutos a olhar para a conta e pagam o telefone. Depois disto é sempre preciso tirar outro extracto. Mais uns minutos a analisar. Voltam a inserir o cartão e levantam dinheiro e no final, claro, tiram o saldo. Primeiro, há mesmo assim tanta necessidade de tirar saldo, extracto, saldo, extracto...? Um não seria suficiente? E, senhores, agora o multibanco tem uma nova funcionalidade que é fazermos operações seguidas sem retirar o cartão, que acaba por poupar o tempo de tirar o cartão, esperar que o ecrã de boas-vindas apareça e inserir o cartão de novo. E depois, ok, eu percebo que os multibancos são sítios públios, mas, falo por mim, sinto-me mal quando estou ali engonhar e está uma fila de pessoas atrás de mim. Porque não optar por horas que não sejam horas de ponta, em sítios que não sejam super concorridos? Se é num banco e até há mais três caixas, entendo que façam isso. Mas quando estão num multibanco sem mais nenhuma caixa à beira e estão pessoas à espera... chateia. Já nem falo de aderir ao online banking e fazer tudo em casa, na comodidade e aconchego do lar, até porque há pessoas que não sabem/confiam (eu própria demorei imenso tempo a adeir a isso), mas tentar mudar de horários ou tentar ser um bocado mais céleres no processo? Hã, pessoas, que dizem?

29 outubro 2012

Da pressa

Não gosto de ultrapassar carros iguais ao meu, conduzidos por homens. A reacção é certa e sabida: eles vão sentir a sua masculinidade ferida e vão-me ultrapasssar logo a seguir. São mesmo previsíveis. Se os homens já não gostam de ser ultrapassados por mulheres, em situações normais, se tivermos um carro igual, ainda piora tudo. Eu acho que na cabeça deles pensam 'o teu carro é igual ao meu, se vais a essa velocidade eu também consigo ir'. E pronto, lá vêm eles no meu encalço, só descansando quando me apanham. Senhores, eu não estou a competir convosco, ok? Eu só quero andar à velocidade que me dá jeito. Para mim, é igual se vocês vão atrás de mim ou à minha frente.

26 outubro 2012

Da votação

Não gosto do Sapo. Daquela pergunta que todos os dias o portal tem, para votarmos e vermos as estatísticas. É uma mania minha, adoro votar em pesquisas. Costumo ir ao Sapo e ao Público todos os dias. Já agora, se alguém conhecer mais, por favor que me diga onde estão. Mas as perguntas do Sapo são idiotas, a maior parte das vezes. Para não falar das respostas em que podemos votar, que são, no mínimo, uma palhaçada. Não percebi bem se os senhores que fazem isto não têm ideias e então às vezes não sabem o que escrever e põem para lá a primeira parvoíce que lhes vem à cabeça ou então se eles acham mesmo que as coisas que escrevem têm piada. Por exemplo, uma das perguntas recentes era se gostávamos de trabalhar nos Serviços Secretos Britânicos (?). Pior que a pergunta, eram as respostas: 'Claro! Sempre ambicionei ser o 007.', 'Gostava muito, mas é só para pessoas com 18 anos...' e 'Não! Acho uma péssima ideia!'. Estas respostas suscitam-me apenas um tipo de sentimento para com quem as redigiu: vergonha alheia.

25 outubro 2012

Das saídas I

Não gosto de discotecas. Estou tão out que já nem sei se é esta palavra que se usa. Tenho ouvido falar em 'clube' ultimamante. Mas vamos assumir que sim. Uma pessoa gosta de ir para discos quando é adolescente/jovem. É bom para beber uns copos, dançar e tal. Quando uma pessoa começa a 'crescer', isso deixa de ter muita piada. Não há lugar para sentar, a música está alta demais para se poder conversar e há pessoas constantemente a entornarem a nossa bebida. Uma vez que moro no Porto, desde que a zona histórica do Porto começou a ter mais animação e bares porta sim, porta sim, é impensável ir para uma discoteca. É impensável pagar para entrar num sítio. É impensável ir para um sítio onde há música que eu nem conheço a tocar aos altos berros e me impede de ter uma conversa com quem vai comigo. Azar do caraças, no últmo fim de semana fui, ao engano, para uma discoteca, o Rivoli. Pensei que aquilo era um café-bar. Não sei de onde tirei essa ideia, tenho a ideia que pelo menos já foi, em alguma altura, mas o facto é que nunca pensei que me ia meter no covil do demo. Sim, tudo isso que eu abomino: música alta, gajas a desfilarem com o último grito em termos de moda, pessoas constantemente a darem-me encontrões, as modelos do Portugal Fashion a passearem-se por lá, um pesadelo. A única coisa boa de ter ido é agora saber o que aquilo é e não mais ter de lá voltar. Mas vá, não pensem que eu sou uma avózinha. Eu gosto de ir tomar um copo, a um bar ou pelas ruas quando está bom tempo. Acontece é que gosto de usar esse tempo para conversar com quem vou.

24 outubro 2012

Da insistência

Não gosto da PT. Eu não vos queria maçar com a minha história longa e entediante, mas isto está a tomar proporções drásticas, por isso em vez de descarregar no próximo filho da puta que me ligar, descarrego aqui. Aviso já que vai ser grande e cansativo. Eu tinha Sapo ADSL na casa onde morava. Entretanto saí de lá e quis rescindir o contrato. Tudo muito simples. Liguei para a PT e disse que queria rescindir o contrato. O moço que me atendeu fez-me uma longa série de perguntas, às quais respondi prontamente, entre ofertas de serviços mais baratos e insistência para transferir o contrato para um 'familiar ou amigo'. Depois de largos minutos ao telefone, o moço diz-me que me irão contactar novamente dentro de dois dias para cancelar o serviços. Muito bem. Dois dias depois, ligam-me de novo. Falo com outro moço, que repetiu, ipsis verbis, as mesmas questões às quais eu já tinha respondido uma vez. Eu lá respondi, já um bocado aborrecida com aquilo. No final, o moço diz-me que para cancelar o contrato tenho de me deslocar a uma loja PT. Foda-se, se tenho de ir à loja, porque é que o primeiro tipo não me disse logo? Bem, lá fui eu à loja, já a começar a bufar. Atende-me uma miúda, à qual eu digo que queria cancelar o serviço. A miúda diz-me que tenho de ir com ela e fazer um telefonema. E eu aí começo a passar-me. Foda-se, eu já falei com essas pessoas duas vezes, vou ter de falar mais uma?! Ah e tal, é nossa política blablabla. Falo com o tipo do outro lado da linha que me faz (adivinhem) as mesmas perguntas que os outros dois. Aí começo a ser um bocado mais agressiva e digo que já respondi a essas perguntas duas vezes e que só quero cancelar o contrato, é assim tão difícil? O moço ignora tudo o que eu digo e continua a ler o guião das perguntas. A chamada acaba e eu já estou a deitar chamas pelo nariz. A miúda da loja pergunta-me mais uma vez, pela quarta vez em menos de uma semana, o meu número de contacto. Mas quê, estes tipos pensam que eu troco de número de dois em dois dias, é? Bem, lá assino a merda do papel e venho embora, jurando que nunca, nunca mais irei ser cliente PT, antes não ter internet e ser info-excluída o resto da vida. Pensava eu que a tortura já terminado, quando uma semana depois me ligam de novo. Sim, fizeram-me as mesmas perguntas, pela QUARTA vez e confirmaram o meu contacto pela QUINTA vez. Eu respondi até ao fim, desta vez já com um tom derrotado na voz: 'não, não tenho nenhum familiar ou amigo para transferir o contrato', 'não, não quero mudar para uma solução mais económica' ou 'sim, eu sei que têm pacotes de fibra, mas não estou interessada'. No final, desliguei e jurei nunca mais atender números anónimos. Depois de toda esta aventura no reino da PT, eu pergunto-me se eles são burros ou se realmente gostam de chatear as pessoas. Ou então se a estratégia para manter os clientes é maçá-los tanto e dificultar tanto o cancelamento dos contratos que as pessoas se cansem e se deixem estar como estão. Eu já não tinha boa impressão da PT e com esta situação só me apetece mandar-lhes mails a insultá-los e atirar ovos podres às instalações. Senhores da PT, uma dica para vocês: esta estratégia só faz os clientes fugirem a sete pés e ganharem-vos asco para o resto da vida. Ide à merda.

23 outubro 2012

Da fúria

Não gosto de taxistas. Acho que é uma antipatia geral. Eles nunca cedem a prioridade. E estão sempre a apitar e/ou dar máximos. São seres rancorosos. Mas eu acabo por entender, de uma certa forma. A profissão deles é conduzir. Conduzir o dia todo, todos os dias, todas as semanas, todos os anos. E eu percebo que a fúria da estrada acabe por levar a melhor. Basta ver que isso acontece comigo, e eu apenas me desloco de e para o trabalho. Às vezes, fico tão furiosa que só me apetece bater nos outros condutores todos. Por isso, com eles passa-se o mesmo, mas vezes infinito. Então, quando algum taxista se põe a dar máximos feito parvo, sem grande razão, eu penso nisto e tento desculpá-lo e não o mandar lamber sabão.

22 outubro 2012

Da embirração II

Não gosto da Keira Knightley. Para além de não a achar grande actriz, no geral, dos filmes que vi com ela, nunca fez assim nenhuma personagem marcante. Fui ver recentemente o 'Seeking a Friend for the End of the World' e passei o filme todo a espumar-me. Aquele queixo dela e os dentes iguais ao Predador, como já tinha reparado uma amiga minha há muito tempo, assustam-me. Isso e aquele jeito irritante dela. Não consigo explicar ao certo o que me enerva nela, mas não vou mesmo com a cara dela. Fui ver o filme assim um pouco contrariada, mas como tenho ido muito ao cinema, já não havia muita coisa em cartaz que me faltasse ver. Então, decidi ver este, que até tem o Steve Carell e tudo. Pensei nela como um side effect indesejável, mas suportável. Errado. Sempre que ela entrava em cena, eu contorcia-me na cadeira. Passei o filme todo a tentar ignorá-la e a concentrar-me no Steve Carell, mas visto que ela é personagem principal, foi uma tarefa impossível. Depois desta experiência aterradora, decidi não ver mais filmes com ela, ou, se tiver mesmo de ser, ver apenas filmes em que o total de ecran dela seja inferior a 15 minutos.

19 outubro 2012

Da popularidade

Não gosto do Chanel nº 5. E pelas opiniões que tenho lido em blogs, por ocasião da nova campanha publicitária com o Brad Pitt, ninguém gosta. A razão invocada é sempre a mesma: o perfume é demasiado forte e enjoativo. Isso e o facto de cheirar a velha com o cabelo cheio de laca. Tenho apenas uma pergunta: como é que o Chanel nº 5 é o perfume mais conhecido de sempre e tem tido tanto sucesso ao longo dos tempos, se ninguém gosta e/ou usa? Serão só as velhinhas que garantem as vendas?

18 outubro 2012

Da quantidade

Não gosto de Toblerone. É o chocolate mais overrated de sempre. Para mim, é um chocolate como os outros. Gostava de perceber o que o torna tão popular. Vamos começar pelo início: aquilo é um chocolate com nougat de amêndoa e mel. Certo? Se é pelo nougat, há chocolates por aí que têm pedaços maiores. Se é pelo mel, é verdade que não conheço nenhum chocolate com mel, mas aquilo nem sequer sabe a mel. Se é pelo chocolate, há por aí muitos chocolates igualmente bons. Não percebo o fascínio do Toblerone. Para mim, aquilo tem os ingredientes em pouca quantidade. É chocolate com um bocadito de amêndoa, que praticamente não se nota nada, a não ser pelos pedaços que ficam no meio dos dentes, e um toque de mel, que nem chega para dar sabor. Alguém que me explique porque é que quando se fala de Toblerone meio mundo fica com os olhos a brilhar.

17 outubro 2012

Da sintonia

Não gosto que o gasóleo suba. Ninguém gosta, certamente. Mas é mais que sabido que no dia em que eu preciso ir encher o depósito é o dia em que os combustíveis sobem. Tem sido sempre. Podem estar duas semanas sem sofrer alterações, mas quando eu vou abastecer o preço sobe. Isso ou a situação inversa, que é o preço baixar no dia depois de eu abastecer. Já tentei contrariar esta tendência, mas quando preciso de abastecer, não há muito a fazer para contrariar a tendência. Já tentei até aquele truque de contar a outra pessoa para a maldição acabar, mas esta maldição é forte e destemida e isso não resolveu nada. Resta-me resignar-me e continuar a abastecer quando preciso, tentando não ler as notícias sobre a oscilação dos preços.

16 outubro 2012

Do cuidado

Não gosto de pessoas que não têm cuidado com as coisas dos outros. Uma pessoa até quer ser simpática e empresta as suas coisas, mas depois quando nos devolvem vem tudo estragado. Fico doente. Lembro-me de uma vez ter emprestado um livro a alguém, há muitos anos, e quando mo devolveram vinha com migalhas dentro e uma página dobrada. Foda-se, mas quê, as pessoas andam a comer sandes dentro do meu Eça? Gostava de saber se fariam a mesma coisa se o livro fosse delas. A partir daí, fiquei traumatizada e nunca mais emprestei livros (a segunda razão é esquecermo-nos a quem emprestamos e nunca mais reavermos o livro). Mas quem fala de livros, fala de qualquer outra coisa. Se estamos a usar coisas que são de outra pessoa, temos de ter ainda mais cuidado do que se as coisas fossem nossas. Porque depois se as estragamos, fica aquele ambiente estranho: ou as pessoas ficam com os itens estragadas ou temos de pagar novo. De qualquer das formas, é chato e nada como evitar estas situações. Posto isto, F., quero uma borracha-lapiseira nova.

15 outubro 2012

Da riqueza

Não gosto do Cristiano Ronaldo. Razões futebolísticas à parte, pois não gosto nem vejo futebol, logo não poderei saber se ele realmente é tão bom jogador como se diz. E também não sei como ele costuma ser em campo, se simpático ou raivoso, por isso vou-me abster de comentar estes aspectos. No entanto, eu tenho olhinhos e vejo bem, mesmo sem os óculos, por isso posso dar a minha opinião em relação ao seu aspecto. E tudo o que me vem à cabeça quando vejo a sua foto é que ele tem mesmo ar de quem veio da favela. Não me lixem, ele pode ser riquíssimo, ter carros topo de gama, ter roupas de estilistas exclusivas e sei lá mais o quê, mas eu olho para ele e, por trás disso tudo, vejo um puto que andava na rua a jogar futebol, com os dentes podres. Sim, dentes podres. Se ele não tivesse o dinheiro que tem hoje, aposto que teria, no máximo, 14 dentes na boca. Os outros já teriam caído, partido ou apodrecido. É nisso que eu me foco quando o vejo, os dentes. Aliás, basta ver que ele tem os dentes demasiado direitos para serem os dentes dele, sem qualquer tipo de intervenção. Aquilo tem completamente ar de ser placa. Tenho de tentar confirmar esta situação.

12 outubro 2012

Da embirração

Não gosto do Denzel Washington. Não tenho nada contra ele, em específico, mas não gosto dos filmes que ele normalmente faz. É sempre bonzinho. Até mete nojo. São sempre filmes com uma grande lição a aprender. Filmes politicamente correctos. Filmes que não me interessam. Até podia pedir para me indicarem um filme onde ele não faz de bom, para mudar a minha opinião sobre ele, mas sinceramente não me interessa ver nenhum filme com ele. Mas vá, não achem que é único actor com quem embirro sem razões válidas. Há uma lista praticamente interminável de actores que eu odeio. Mas se eu os dissesse a todos, ia tornar isto num blog de cinema. O que não seria mau, mas não é o meu objectivo. Por isso, vou apenas lançando um nome de vez em quando. Já tenho o próximo em mente. Para breve.

11 outubro 2012

Da arte

Não gosto de tirar fotografias. Por alguma razão obscura, sempre que alguém me tira alguma foto, acontece alguma coisa que atrasa o processo em muito mais tempo do que aquele que é socialmente aceitável. Primeiro escolhemos a pose, pomos o nosso melhor sorriso amarelo e ficamos à espera, à espera que algo aconteça. Mas nada acontece durante segundos, enquanto estamos imóveis à espera da fotografia. Até que, reparando na demora fora do normal, perguntamos 'então?'. É nesse preciso momento que o aparelho dispara, dando origem a uma foto de boca aberta e expressão de impacência. Então tiramos outra. Mais uma pose, um sorriso amarelo, mais uns segundos infinitos de espera mas, desta vez, já não perguntamos nada, com medo. Ficamos apenas ali à espera, num tempo que me parecem meses. Finalmente o aparelho dispara e o fotógrafo de serviço informa-nos que ficámos de olhos fechados e temos de repetir. Nesta altura, perguntamo-nos mentalmente porque nos sujeitamos àquilo, mas, uma vez que o sofrimento já foi tanto, mais vale ficar com uma foto de jeito e damos mais uma oportunidade. Outra pose, outro sorriso amarelo, mas desta vez com o aviso 'tira isso rápido'. O fotógrafo, já com algum receio pela sua vida, lá dispara rápido, mas um bocado à sorte. Quando vamos a ver, estamos com um olho mais fechado que o outro e a foto até está desfocada, mas nesta altura, depois de minutos da nossa vida perdidos, já só queremos que a foto se foda e vamos à nossa vida.

10 outubro 2012

Da inovação

Não gosto de persianas eléctricas. Hoje em dia, em construções novas, não se montam persianas manuais. As persianas eléctricas são o último grito em tecnologia aplicada a habitações. Ora, apesar de não ser possuidora desta bela inovação tecnológica, isso não me impedirá certamente de opinar acerca dela. A primeira e principal razão para a minha embirração é o tempo que demoram a fechar/abrir. Não sei se quem as inventou reparou, mas uma persiana manual abre-se/fecha-se em cerca de 1/5 do tempo, pelo menos. Nas manuais, nós controlamos o nosso ritmo. As eléctricas têm o seu próprio ritmo, que não pode ser altrerado. Segundo, se falhar a luz, as persianas ficam como estavam. Certo? Neste ponto, não tenho a certeza, pois o sistema poderá prever esta situação e ter um botão para casos de emergência (o portão eléctrico da minha garagem, por exemplo, tem uma alavanca que permite que se abra e feche manualmente em caso de corte de energia). Teceiro, os interruptores de controlo são muito estranhos e confusos. Não sei porque são sempre dois, quando apenas um faria o serviço perfeitamente. A última razão, apontada por alguém próximo de mim que já não me lembro quem foi, mas provavelente teria filhos, é que quando há crianças em casa, aquilo provavelmente é o divertimento perfeito: subir, descer, subir, descer, descer, subir, descer, subir, subir, subir...

(inspirado por este post da kiss me)

09 outubro 2012

Da complexidade

Não gosto de rotundas. Ninguém sabe muito bem as leis do código da estrada nas rotundas. É uma espécie de twilight zone. Basta passar pela rotunda AEP em hora de ponta para se verificar que é uma dimensão diferente e se rege por leis de outro universo. Uns dizem que as rotundas se fazem por fora, outros dizem que agora é por dentro e anda-se assim nesta indecisão. Enquanto as pessoas não se decidem, os acidentes sucedem-se. Por acaso nunca tive nenhum, mas porque entro nas rotundas sempre com muito cuidado e sempre a pensar que os outros vão fazer tudo de mal. E tenho-me safado. O que eu faço, e tenho feito sempre, é ir por dentro até chegar a minha saída, altura em que vou para a faixa da direita e saio. Mas sei lá eu se ando a fazer merda há anos... Nas aulas de condução, aprendi que se devia fazer sempre por fora, mas isso não tem sentido, porque assim as faixas de dentro seriam inúteis, porque ninguém ia usá-las. Alguém que me diga, com certezas absolutas, como é que se deve andar nas rotundas hoje em dia, de modo a que, se eventualmente tivermos um acidente, não tenhamos de pagar nada a ninguém.

08 outubro 2012

Da palhaçada

Não gosto de falta de respeito. Ou de gozo. Ou o que quer que tenha sido aquilo que se passou na passada quinta-feira, dia 4 de Outubro, à noite. Para quem não sabe, dia 4 de Outubro foi o Dia do Animal. Parece-me que não era um acto ignorado pelas televisões, pois até passaram reportagens especiais nos telejornais acerca disso. Posto isto, não sei o que passou pela cabeça das bestas que decidem a programação da RTP para, em horário nobre, passarem uma corrida de touros. Já é lamentável que o façam em qualquer outra altura, mas, apesar de ser contra, percebo que não há muito a fazer pois é uma tradição nacional. Agora porem de lado qualquer vestígio de bom senso e decência e passar uma corrida de touros no Dia do Animal é uma tremenda falta de respeito. Ou gozo. Ou sentido de humor mórbido. Nem sei bem o que lhe chamar. Sei que fiquei completamente atónita quando vi aquilo a dar na televisão e imediatamente mudei de canal. Não consigo exprimir a minha repulsa por esse acto e, assim sendo, só espero que a RTP, como serviço público, acabe mesmo e o palhaço/a que decidiu/autorizou que a corrida fosse transmitida seja despedido, para não mais voltar. Idiotas.

PS: Escrevi ao Provedor a demonstrar o meu descontentamento. A quem tem a minha opinião, que o faça também. Pode ser que percebam a trampa que fizeram.

04 outubro 2012

Da surrealidade

Não gosto do Woody Allen. Este dos últimos tempos. Fui ontem ver o 'To Rome With Love' e, senhores... senti vergonha alheia por ele. Eu já tinha lido em vários sítios que o filme era fraquinho, mas eu gosto de confirmar com os meus olhos. E confirma-se. É muuuito fraquinho. Tão fraquinho que dói. Eu gosto bastante de Woody Allen. Já vi vários filmes dele (não todos, que ele tem dezenas) e são bastante bons alguns. Os filmes têm vindo a decrescer na qualidade ao longo dos anos, apesar de haver alguns mais recentes que eu gosto muito. O 'Whatever Works', por exemplo, até porque eu sou igualzinha à personagem do Larry David, tal e qual. Também gosto muito do 'Vicky Cristina Barcelona', apesar da personagem irrirante da Scarlett. Mas estes dois últimos... O 'Midnight in Paris' foi muito fraquinho e até saí do cinema com um misto de desilusão e perplexidade (perplexidade no sentido de 'como é possível ele ter-se lembrado disto...?'). Mas pronto, uma pessoa pensa que são devaneios temporários e que tudo voltará ao normal. Errado. Cada vez piora mais. No 'To Rome With Love' nenhuma das histórias faz sentido, é tudo muito inverosímil, muito fraco, muito parvo. Pode ser que agora que deixou a Europa e voltou a filmar na América, o juízo regresse.

P.S.: Já agora, quem viu, também reparou que pelo menos duas personagens femininas tinham bigode? A mulher do Leopoldo e a recém-casada Milly.

03 outubro 2012

Das regalias

Não gosto de professores. De professores que se vêem queixar das condições que têm (preparem-se, vem aí post polémico e digno de hate mail). Não tenho nada contra os professores em geral, excepto o facto de estarem muito mal habituados. Aqui há tempos, li uma entrevista que só me deu vontade de partir cabeças. A entrevista focava-se na situação que agora muitos professores vão passar, supostamente, que é ou não terem horários ou terem sido deslocalizados ou terem de fazer outra coisa diferente do que têm vindo a fazer nos últimos 15 anos. E dizia um Sr. Professor, cheio de razão e à boca cheia 'Não é igual trabalharmos a 30 ou 40 km de casa, isso implica despesas'. Oh Senhor Professor, quem diria, que com a sua educação só agora percebeu isso! Se calhar não se apercebeu é que a maioria dos mortais não trabalha à porta de casa, nem vai a pé para o trabalho, nem vai almoçar a casa. Não, o comum dos mortais tem de fazer diariamente 20, 30, 40 ou mais kms para o trabalho, tem de estar horas em filas de trânsito ou em trsnsportes públicos, tem de gastar dinheiro para almoçar e não ganha nem mais um cêntimo por isso. E, Sr. Professor, olhe que muitas vezes estas pessoas não ganham nem metade do que o senhor ganha. Sim, ouviu bem. Um professor que dê aulas há 10, 15 anos ganha quanto? 1500€? Mais? Não tenho bem a noção, mas sei que um professor em início de carreira ganha cerca de 1200€, por isso não me venham dizer que são mal pagos. Mais, o senhor queixava-se também que a carga horária semanal ia aumentar de 22h para 24h semanais (penso que era assim). Sr. Professor, não sei se também o informaram já, mas o comum dos mortais trabalha 40 (!!) horas semanais. Sim, quase o dobro do que o senhor trabalha. E não venha com a conversa que tem de corrigir testes fora do horário, que eu também tenho de acabar o meu trabalho fora do horário e ninguém me paga horas extraoordinárias. Por isso, Senhores Professores de Portugal, olhem à vossa volta e párem de se armar em coitadinhos quando ainda têm trabalho, o que hoje em dia já é um bocado raro. E, se não estiverem satisfeitos, aposto que muitos professores em início de carreira e que não têm colocação não se importam de vos substituir nos vossos trabalhos mal pagos de 24 horas semanais e a 40 kms de casa.

02 outubro 2012

Da obrigatoriedade

Não gosto de ginásios. Já falei disso por aqui, de alguns aspectos que me irritam nos ginásios, nomeadamete o exercício e os tarados por exercício, mas desta vez vou-me concentrar num aspecto mais administrativo. O contrato que temos de fazer para frequentar um ginásio (que fique aqui bem explícito que eu sei disto não por experiência própria, mas por amigos, pessoas que trabalham lá, etc.). Então é assim: sim, senhor, uma pessoa decide-se a ser saudável e quer entrar para um ginásio para fazer exercício. Mas não é assim tão fácil, porque primeiro tem de assinar um contrato a dizer que vai andar lá no próximo ano. Pagar a taxa de inscrição e a mensalidade respectiva (isto da taxa de inscrição sempre me fez espécie, mas vamos ignorar por agora). Assinamos um contrato, tudo bem, e lá começamos a exercitar-nos. Até que, passados três meses, nos passa a vontade e deixamos de ir lá, como era de prever. E queremos deixar de pagar. Mas não nos deixam. Temos de pagar até ao fim do contrato mesmo que nunca mais lá vamos. Há apenas três motivos que nos permitem cancelar o contrato: razões de saúde, desemprego ou mudança de local de trabalho (pode haver mais algum, mas desconheço). Ou seja, não basta estarmos fartos de ir lá para cancelar o contrato, temos de ter uma razão válida. No meu caso, seria fácil arranjar uma declaração a dizer que mudei de local de trabalho, mas não funciona assim com toda a gente, e depois têm de estar presos àquilo, a pagar para cima de 30€ ou 40€ por mês, mesmo sem irem. Acho isto bastante mau. Por um lado, entendo que os ginásios, por razões financeiras, têm de saber com quem contam. E até é uma forma de as pessoas não desistirem facilmente. Mas o ginásio deve um sítio onde vamos porque gostamos, não uma obrigação. Já temos contratos com o nosso empregador, com a EDP, com o forncedor de internet e/ou televisão por cabo, que custa-me aceitar este sistema nos ginásios. Mas como disse, eu não ando em ginásios, por isso não me afecta pessoalmente.

01 outubro 2012

Da complexidade

Não gosto do cartão matriz. Sim, esses dos bancos, que tem os códigos para validarmos as transacções. Não tenho assim nenhuma razão muito forte para não gostar dele, mas não é assim especialmente prático. Porque vou ao banco online fazer qualquer coisa e depois lá esta aquilo a pedir as coordenadas. E depois lá tenho eu de ir procurar a mala, a carteira, o cartão... É muito mais fácil usar o sistema das mensagens para o telemóvel, como alguns bancos fazem. O banco envia um código para o telemóvel e já está. Podem dizer que é igual, mas há duas pequenas diferenças. O telemóvel costuma estar sempre mais perto do que a carteira (no meu caso e em muitos, provavelmente) e o código do telemóvel é so um, não temos de andar a procurar por linhas e colunas o dígito que corresponde à coordenada que nos pedem. Em termos de segurança, não sei qual será melhor, mas em termos de comodidade, certamente o telemóvel é bem mais prático.
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