31 janeiro 2012

Da sede

Não gosto quando vou almoçar ou jantar ao shopping (normalmente é lá que isto mais acontece), peço o prato e, quando me perguntam o que quero para beber, eu respondo que não quero nada e então acontece a tragédia. Eu acho que as pessoas que trabalham na restauração não estão preparadas para ouvir os clientes dizerem que não bebem nada. Primeiro, perguntam de novo, ou porque não perceberam bem o que respondemos, ou porque querem fazer-nos mudar de ideias ou então só mesmo para terem a certeza absoluta que há alguém que não quer beber nada com a sua refeição. Quando repetimos que não queremos nada fazem aquele olhar de 'freak...' e finalmente deixam-nos em paz. Agora, para toda a gente que trabalha em restauração (ou para quem conhece essas pessoas, que faça o favor de transmitir a mensagem): é assim tão difícil entender que há quem não beba nada quando come? Essas pessoas exsitem de facto, não são um mito, e eu sou uma delas, ok? Não bebo às refeições, não sinto necessidade (há comidas que exigem bebida, mas essas são a excepção). Por isso, parem de me impingir bebidas.

30 janeiro 2012

Do desconforto

Não gosto de adormecer no sofá. Isto tem acontecido muitas vezes ultimamente. Tenho dormido pouco, então basta ficar ali 15 minutos no relax, que caio logo num sono de Bela Adormecida (eu era bem capaz de dormir durante 100 anos...). Não tenho conseguido ver nenhuma série ou filme, precisamente porque adormeço logo nos primeiro minutos. O que me chateia mais é que adormeço em posições verdadeiramente desconfortáveis (nem isso me impede de adormecer) e depois acordo cheia de dores no corpo. No sábado, nem conseguia andar, porque dei um qualquer jeito às costas e doíam-me imenso ao caminhar. Fico irritada por dois motivos. Primeiro, porque não consigo ver as séries e filmes que quero, o que me causa aborrecimento porque depois fico sempre atrasada e é mais difícil compensar porque não tenho muito tempo para ver durante a semana. Segundo, porque durmo toda desconfortável e, se era para dormir, ao menos ia para a cama e dormia bem e não desperdiçava horas de sono só para ficar com torcicolos e marcas da roupa no corpo.

26 janeiro 2012

Da protelação

Não gosto de ler livros que não gosto. Eu vou explicar o ciclo: eu acabo de ler um livro, começo a ler um livro novo, esse livro novo não me agrada muito. No entanto, eu não gosto de me dar por vencida e de desistir, e, por mais que não esteja a gostar, penso sempre que tenho de continuar, que mais para a frente o livro pode começar a melhorar... Mas depois, como eu não estou a gostar, acabo por não ler mais e deixar o livro esquecido. Mas como supostamente ainda estou a ler esse, não começo um novo. Então sou capaz de estar assim semanas, sem ler nada. Até ao dia em que, corajosamente, admito que não estou a gostar nada do livro e não o quero continuar a ler. Aí finalmente arrumo-o na prateleira e escolho um novo. Este processo de admitir que não gosto de um livro é muito penoso para mim. Acho que finalmente me sinto em condições de admitir que não gosto do Mário de Carvalho. Depois de três livros (só dou três oportunidades aos escritores) dele em que desisti, bem antes de chegar a meio, acho que é tempo de admitir a realidade. Posso agora dedicar-me ao 'A Viagem do Elefante' sem remorsos.

23 janeiro 2012

Da subserviência

Não gosto de pessoas que começam a namorar e deixam de ter opiniões. Toda a gente tem um amigo (ou amiga) que é assim. Era uma pessoa muito fixe, tudo normal, até ao dia em que finalmente arranja namorada. Então aí deixa de ser ele para adoptar as opiniões e vontades da namorada. Deixa de aparecer em tudo o que é evento social, pois agora convive quase exclusivamente com a namorada nova e respectiva família. Deixa de atender o telefone, responder aos mails e mensagens. A namorada é que decide a que jantares eles vão e quando é que vão ter com os amigos dele. Ele passa a ser um pau-mandado, sem opinião própria, completamente domesticado. Às vezes há pessoas que vemos logo que vão ser deste tipo, às vezes há outras que nos supreendem por serem tão bananas. Se calhar, cada um tem mesmo aquilo que merece.

20 janeiro 2012

Da caridade

Não gosto de caridade. De dar coisas para caridade. A partir de agora. Há coisas impressionantes. Realizámos aqui na empresa uma recolha de bens no Natal (roupa, comida...) para darmos a uma instituição de caridade, imbuídos do espírito de partilha e entreajuda. No final, tudo arrumado, deu nove caixotes de roupa mais a comida. Eis que ligamos para a instituição a quem decidimos oferecer a nossa ajuda (que eu não vou referir o nome mas que começa por 'C' e acaba em 'ruz Vermelha'), para eles virem buscar os caixotes. Ai que não podiam, que não lhes davam muito jeito, que as carrinhas não sei quê. Desculpas e mais desculpas, estiveram ali os caixotes um mês à espera, até que alguém daqui se fartou e foi lá levar. E agora digam-me, acham que há vontade para dar alguma coisa? Pedimos às pessoas para contribuírem, fazemos a recolha, e depois a vontade de receber e de se mexerem é pouca. Por mim, nem que deitasse as coisas no lixo, não ia lá levar nada, depois desta atitude. De certeza que haveria muito mais pessoas ou instituições interessadas em receber o que tínhamos para dar. Cruz Vermelha, vai-te catar!

19 janeiro 2012

Do espectáculo

Não gosto de circo. É horrível todo aquele espectáculo. Confesso que não vou ao circo desde miúda, mas suponho que não tenha mudado muito. Os animais a fazerem habilidades (depois de serem maltratados para as fazerem), os palhaços (ridículo, aquilo não tinha a mínima piada quando eu tinha 5 anos, hoje em dia deve ser mil vezes pior), nos circos melhores, os trapezistas e ginastas e isso tudo (os típicos artistas de circo)... Nada no circo me parece apelativo. Não sei, posso estar a ser preconceituosa, mas não gosto das pessoas que trabalham no circo. Lembro-me sempre do Austin Powers quando diz 'Carnies. Circus folk. Nomads, you know. Smell like cabbage. Small hands.' Nem gosto nada do que fazem aos animais, e por isso, mesmo que gostasse de circo, nunca na vida lá poria os pés. Para além disto, quando era miúda, na minha última incursão ao circo (todos os anos no Natal davam bilhetes ao meu pai no trabalho, para mal dos meus pecados), perdi a minha boneca preferida, e por isso o meu ódio passou a ser ainda maior. Para castigo maior, também todos os anos, em frente ao meu local de trabalho, no Natal, um circo qualquer monta a tenda, o que me lembra todos os dias quanto os odeio a todos.

17 janeiro 2012

Da insistência

Não gosto quando falto porque tenho testes ou exames e depois, quando venho trabalhar, toda a gente me pegunta como correu. Eu percebo que até é simpático, e até mostra atenção (ou cinismo, mas vamos passar à frente), mas quer dizer... sou eu. As pessoas já me conhecem, ou deviam conhecer, para saberem que eu desprezo estas coisas. Às vezes até posso ser desagradável com as pessoas por não ter estas atitudes quando são elas. Nunca pergunto a ninguém como correu, quero lá saber. Como eu não gosto que me perguntem, eu própria também não pergunto. Acho que é uma pergunta desnecessária e chata. Sei lá como correu! Sei que fiz para lá qualquer coisa, agora sei lá se está bem ou não, se vou tirar 4 ou 17. A partir de agora vou dizer sempre 'Ui correu super bem. Vou acertar em tudo e tirar 20' só para chatear. Pessoas... que praga maldita.

12 janeiro 2012

Da volatilidade

Não gosto de pessoas que não gostam e não comem bacalhau o ano todo, mas depois no Natal já comem e até lhes sabe muito bem. Isto é parvo. Ou gostam ou não gostam. Não há cá isso de não gostar num dia, no dia seguinte já gostar e depois não gostar de novo. São pessoas troca-tintas, que têm de ser mais assertivas e decidir se querem gostar ou não de bacalhau. O ano inteiro. Para sempre.

11 janeiro 2012

Dos obstáculos

Não gosto de motas. De pessoas que andam em motas. Não de todas, mas principalmente de scooters e outras motas de baixa cilindrada. Não gosto porque é normal estas pessoas se meterem à frente dos carros, porque têm uma mota e vão ultrapassar. Mas depois como aquilo não anda nada, vão ali à nossa frente sempre a chatear. Nem o pai morre, nem a gente almoça. Ao menos os donos de motas de alta cilindrada ultrapassam-nos e daí a segundos já os perdemos de vista. Os das scooters não. Então nos semáforos, quando se põem assim à nosssa frente, à esquerda, a impedir-nso de andar, mas depois o semáforo abre e eles ainda lá estão, e continuam a estar e demoram e demoram... Quantas vezes já desejei que caíssem, só para saírem da frente. Odeio as pessoas das motas.

09 janeiro 2012

Da influência

Não gosto de cunhas. Não gosto que toda a gente tenha cunhas menos eu. Já que praticamente toda a gente beneficia da bela da cunha, seja para arranjar um bom trabalho, para ter desconto num carro novo ou para fazerem lipoaspirações sem pagarem, eu também gostava de conhecer pessoas poderosas e influentes para me poderem beneficiar. Mas não, eu sou pobre e só conheço outros pobres como eu, por isso quando quero alguma coisa tenho de lutar para a conseguir. Às vezes sinto que sou a única parva e que todos os outros se safam de alguma maneira. Já nem vou pregar quão más são as cunhas e a corrupção, porque cada vez mais isso existe e só não se safa quem é tanso. Eu só queria deixar de ser tansa e ter também acesso aos benefícos. Anyone?

06 janeiro 2012

Da pressão

Não gosto de pressão. Eu trabalho bem sob pressão, por exemplo quando tenho um prazo apertado, não me deixo afectar muito pela falta de tempo, servindo até como incentivo extra. O tipo de pressão que me incomoda é a pressão para ser boa. Para continuar a ser boa, mais especificamente. Vou exemplificar. Tirei 19 num teste de uma cadeira. Para a nota final, ainda falta mais um teste e um trabalho. E agora estou em pânico. Porque não quero desiludir, não quero baixar a nota. Agora tudo abaixo de 18, pelo menos, é uma falha da minha parte. Entreguei o trabalho cheia de medo, porque ficou uma porcaria (odeio fazer trabalhos - ideia para post) e agora tenho de estudar imenso para o teste que falta. Porque não quero baixar a fasquia. Chateia-me mais tirar agora 15 depois de ter tirado um 19 do que se fosse ao contrário. Com o blog, por exemplo, passa-se o mesmo. Quando vejo que tenho mais um seguidor, penso logo que vou ficar sem inspiração, que só vou escrever posts de caca e que eles rapidamente vão deixar de gostar do que eu escrevo. A pressão para manter o nível é grande e eu tenho medo de ser fraca, mais fraca. Por favor, continuem a gostar de mim... (smile).

05 janeiro 2012

Da saúde

Não gosto de chá verde. Parece que aquilo faz bem a muitas coisas, é muito saudável aparentemente, mas não será para mim. Não consigo beber, sabe a erva (e espero que não apareça nenhum espertinho a fazer aquela pergunta estúpida: como é que sabes, ja comeste erva?). Adoro chá e nem sou assim muito esquisita, só não gosto de chás assim mentolados e/ou frescos, tipo com mentol e camomila, e o famoso chá verde. O único sítio onde consigo beber e gosto, por incrível que pareça, é quando vou comer sushi, a acompanhar a refeição - deve ser por ser chá japonês.

04 janeiro 2012

Da ordem

Não gosto de desorganização. Eu confesso que peco por organização mais, sou até um bocado obcecada (por exemplo, consigo saber perfeitamente quando alguém andou a mexer nas minhas coisas por estarem 1 cm fora do sítio) e se calhar não é preciso ser assim, mas há pessoas que vivem praticamente no meio do lixo. Por exemplo, aqui no escritório, certas pessoas já nem devem saber qual a cor da secretária, por estar coberta de papelada e inutilidades há tanto tempo. Um bocado ao estilo da repartição de Finanças aqui da zona, onde eles não têm móveis praticamente, pousam os computadores e demais utensílios em molhos gigantescos de papel. Não sei como é possível alguém trabalhar assim. Como é possível encontrarem alguma coisa no meio disso tudo. Como é possível que não vivam baratas lá no meio... Em casa é igual. Pilhas de louça por lavar, montes de roupa, coisas fora do sítio e coisas do género também me fazem espécie. Sou uma freak da organização.

03 janeiro 2012

Da exclusividade

Não gosto da Nespresso. Não sei se o café é bom ou não, eu não bebo. Aparentemente é, senão aquilo não vendia tanto. O que me mete nojo, e provavelmente a causa principal de todo o sucesso da marca, é a exclusividade da marca. O facto de só poder ser comprado nas lojas da Nespresso (que aqui na zona do Porto são apenas duas) e não em qualquer supermercado. Mete-me nojo ir às lojas Nespresso e estar uma funcionária a dar tickets às pessoas que chegam, estarem milhares de pessoas à nossa frente e termos de esperar para sempre e depois, quando acabamos de pagar, virem trazer a saca do café quase à porta. Mete-me nojo tanta snobice. Eu não gosto de café, mas, se gostasse, nunca na vida compraria uma Nespresso. Seria o meu protesto. Preferia uma máquina mais foleira, mas que não tivesse tanto a mania.

02 janeiro 2012

Do falhanço

Não gosto de passagens de ano. Principalmente por causa daquela ideia, que já aqui falei, que temos todos a obrigação de nos divertirmos. Tem de ser uma noite espectacular, obrigatoriamente. Pois, mas, como eu já estava à espera, a minha noite foi um fail. Passei a meia-noite a correr para conseguir chegar a tempo junto dos meus amigos. Não consegui - fail. Depois fomos para um sítio tão mas tão mau, que tive de me embebedar para conseguir gozar com a situação. Comecei o ano rodeada de hipsters, de óculos de massa, gravata e a dançarem lindyhop ou lá que ca***** é aquilo - fail. Gostei especialmente da cinemateca lá do sítio onde passava em loop uma curta de três minutos que era um plano praticamente estático, rodado a 90º, de uns regadores pousados no chão - fail. Depois todo aquele aspecto de alternativo lá do sítio, com os sem-abrigo a dormirem nas escadas de acesso - fail. Parecia que estava na twilight zone. Acho que até chegou a ser bom de tão mau que era. Conhecem esse conceito, tipo os filmes chunga, que até acabam por ter piada de tão maus que são? Pronto, foi assim. Ah, nada como uma passagem de ano fail para começar bem o ano!
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