29 agosto 2012

Da sujidade

Não gosto de lavar o carro. Em relação a carros, sou metade homem, metade mulher. Como (quase) todos os homens, sou muito cuidadosa com o carro... do lado de dentro. Não gosto de ter o carro sujo ou com lixo acumulado, com as mulheres normalmente fazem. Gosto de ter o carro sempre limpo e em ordem. Qualquer lixo que tenha, levo sempre comigo quando saio para deitar num caixote. Tenho horror a areia/terra no chão e a tapetes fora do sítio. Gosto de tudo arrumado, mesmo nos porta-luvas. Agora no que toca ao exterior do carro, sou uma mulher autêntica. Aquilo até poda estar carregado de terra, desde que eu conseguisse ver para a frente por mim estava tudo bem. Nada me parece um maior desperdício de água que lavar o carro. Principalmente porque depois chove sempre, como toda a gente sabe. Para além disso, nós andamos dentro, por isso é dentro que tem de estar limpo, por fora é só uma capa. No sítio onde trabalho, há bastantes gaivotas que, invariavelmente, me sujam o carro todo. Tive uma cagadela de gaivota no vidro da porta do condutor, praticamente a tapar-me a visibilidade toda, durante dias. E por mim, lá ficaria até vir chuva para lavar, mas tive sorte que o F. conduziu o carro e, como aquilo lhe fazia confusão, lavou-o imediatamente. O meu pai também me costumava lavar o carro. Acho que para ele era um bocado a sensação de vergonha alheia. Agora que já não lava o meu, acho que gasta esse tempo a polir o dele. Mal entro na rua, vejo o carro dele ao longe, tal é o brilho. Se os homens fossem tão cuidadosos com as casas como são com os carros, de certeza que não haveria mais chatices por causa de limpezas em casa.

28 agosto 2012

Da recusa

Não gosto de festas de anos. As pessoas fazem anos (e a Maat esquece-se) e convidam-nos para um jantar. Um belo jantar para celebrar o dia de festa do/a nosso/a amigo/a. Que às vezes não é assim num restaurante tão barato. E a Maat, apesar de não fazer festas de anos e praticamente não receber prendas de ninguém, tem sempre vergonha de chegar de mãos a abanar, por isso acaba sempre por comprar uma prenda. Que também nunca é assim tão barata quanto podia (devia) ser. E depois do jantar, a malta ainda sugere irmos tomar um copo. E o sítio onde vamos tomar copo nunca tem lugares para estacionar e a Maat, com medo de multas e/ou reboques, põe o carro no parque e gasta ainda mais dinheiro. Resumindo, com esta brincadeira, la se vão uns 40€ ou mais. E é óbvio que depois eu não gosto de festas de anos. Porque às vezes nem gosto assim tanto do restaurante ou nem sou assim tão íntima do aniversariante e vou gastar uma pipa de massa. Preciso de opiniões: como faço para acabar com este desbaste no meu orçamento? É chato aparecer sem levar prenda, por exemplo? Uma coisa é se fizerem um jantar em casa, que aí é óbvio que vou dar prenda. Mas ir a restaurantes e levar prenda por cima... Ou então podia recusar o copo depois do jantar, dizendo que estou cansada. Ou então inventar um compromisso e aparecer só depois do jantar. É que mesmo dando a desculpa de que não podemos gastar muito dinheiro, as pessoas dizem sempre que é só uma vez por ano. Pois, é uma vez por ano para elas, mas eu conheço muita gente, e todos eles fazem anos uma vez por ano. Rai's parta as festas de anos!

PS: Alguém me explica porque é que a letra está diferente, não tendo eu mexido em absolutamente nada? Não sei como resolver isto.

27 agosto 2012

Da limpeza

Não gosto de ser info-excluída. Nem sou muito, vendo bem as coisas. Mas este fim de semana deparei-me com um conceito que não conhecia: aspiração central. Quer dizer, já tinha ouvido falar disso, mas não sabia bem como funcionava. Sabia que era um qualquer sistema de aspiração por divisão, mas pensava que era uma coisa inteligente, que saíam uns bracinhos de um buraco e aspiravam tudo. Ou então um aspirador tipo aqueles que agora se usam que são redondos e andam pela casa a limpar sozinhos. Mas não. Para quem também não sabe, afinal é só um sítio das divisões onde tem aspiração, mas nós é que temos de varrer a sujidade para lá. É uma espécie de apanhador automático apenas. Não é assim tão cool como eu pensava afinal, por isso não me importo de ser pobre e não ter nada disso.

21 agosto 2012

Da (não) vontade de escrever

Não gosto de injustiças. Há coisas que acontecem que me dão a volta ao estômago de tal maneira que perco toda e qualquer vontade de escrever. E é tudo o que me apetece dizer esta semana, pelo menos por agora. Até já.

17 agosto 2012

Da celebração

Não gosto de muitas coisas. Este blog é prova disso. São tantas as coisas que já deu pano para mangas e posts para DOIS ANOS. Wow, tanto tempo! É isso mesmo, este blog fez ontem dois anos (sou um bocado esquecida no que toca a aniversários). Quando comecei o blog, nunca pensei que poderia durar tanto, ou que poderia vir a ter tantos leitores como agora. Mas o tempo foi passando, as coisas que eu não gosto vão sempre aparecendo e os posts vão surgindo. Com mais ou menos qualidade, que às vezes a inspiração falta e é um bocado à pressão. Mas tenho mantido o meu objectivo, um post por dia, um bocado de má disposição matinal para partilhar com os leitores e juntos ranhosarmos um bocado. Obrigada a todos que me lêem e espero que continuem a cá vir, enquanto o meu meu feitio continuar e eu continuar a não gostar das coisas que me acontecem.

16 agosto 2012

Da insistência

Não gosto que me impinjam coisas que não gosto. E ultimamente isso tem acontecido imenso. Vou comprar uma base de chuveiro e o senhor da loja quer à força vender-me uma de acrílico, querendo eu uma de cerâmica. Não percebo, sendo até a que eu quero mais cara, dando mais lucro ao vendedor, em princípio. Mas eles tentam à força que eu traga a da acrílico 'porque é mais prática', 'porque agora só se usa disto' e mesmo porque 'é mais barata'. Mas se eu quero a outra, mesmo estando consciente das diferenças, que é mais cara e tudo isso, porquê impingir-me a base que eu não quero? Isto lembra-me há uns anos quando andei a pintar a casa e o senhor trolha insistia à viva força para eu pintar o escritório de azul, quando eu lhe disse que queria branco. Ele disse-me umas cem vezes que branco é feio e que já nao se usava e o azul ia ficar muito bonito. Senhor trolha, eu é que pago o seu trabalho, eu é que pago a tinta, o escritório é meu, logo eu pinto da cor que bem me apatecer, quer se use ou não. Já que gosta tanto de azul, pinte a sua casa dessa cor, mas no meu escritório mando eu. Que mania das pessoas de tentarem impor os seus gostos. Eu até estou aberta a sugestões e, vendo que as sugestões são boas, eu até as sigo, mas quando eu digo que não quero e que vou manter a minha primeira escolha, não vale a pena insistirem, ok?

14 agosto 2012

Da ignorância

Não gosto de t-shirts com frases em inglês. Em velhinhos. Que não sabem inglês. Estes três ingredientes dão uma mistura explosiva, se misturados sem cuidado e sem o devido acompanhamento por quem sabe. Nada mais triste que ver homens de meia idade, que não sabem inglês e logo não fazem a mínima ideia do que diz a vestimenta que envergam, com t-shirts a dizerem 'Chicks Magnet'. Ou então, como vi ainda há pouco 'Topless Bikini Contest'. Digam lá se não é triste ver senhores, com ar respeitável, com t-shirts a dizerem coisas destas, sem sequer saberem que andam por aí a dizerem que são ímans para as miúdas ou que participaram em concursos de topless. Senhores que vendem t-shirts com ditos em inglês, por favor elucidem os compradores daquilo que estão a comprar verdadeiramente. Traduzam-lhes as frases para eles não fazerem figuras tristes, pode ser? Muito grata.

PS: Deixo aqui uma curiosidade: andava eu na faculdade e uma professora de inglês comentou com a turma, reparando numa t-shirt de uma colega, que a maioria das t-shirts com frases em inglês quase sempre tinham erros. Comecei a reparar nisso desde então e é mesmo verdade. Ainda outro dia vi uma t-shirt que dizia 'AWSOME' (em vez de awesome) repetido várias vezes.

13 agosto 2012

Da leitura

Não gosto de não ler. Ler é um hábito e, como todos os hábitos, é uma coisa que se enraíza em nós. Ou se desenraíza. Ao longo da minha vida, sempre li muito. Porque gostava muito e porque tinha tempo. Desde que comecei a trabalhar, os meus hábitos de leitura foram diminuindo, porque o tempo escasseia e há outras coisas para fazer nos tempos livres. No entanto, nunca cheguei a mínimos históricos como hoje em dia. Já
não leio um livro inteiro desde as últimas férias, no ano passado, acho eu. Eu vou explicar o processo, de novo: eu começo a tentar ler livros que não gosto tanto (biografias, romances de autores contemporâneos, crónicas). Como não gosto, acabo por deixar ficar esquecido. Mas como não gosto de deixar livros a meio, não começo um novo. Passado uns tempo, decido começar outra experiência. Começo outro livro e o processo repete-se. Então começo a acumular livros com marcadores a meio. Todos na estante, no sítio dos pendentes. Mas depois de quase um ano, é tempo de assumir: só gosto de clássicos. Não vale a pena tentar ler livros de autores contemporâneos, romances históricos, contos ou outros, eu só gosto de romances dos autores clássicos (aparte Saramago que é um dos meus autores preferidos e é bem mais recente). (Quase) tudo o resto me aborrece. Uma amiga minha já me dizia nos tempos de faculdades que não faltava muito para eu só saber falar Old English, pois eu não lia nada contemporâneo (foi então que me dediquei à saga Harry Potter, para actualizar o inglês - saga ainda não terminada, com o último livro ainda nos pendentes). Mas hoje em dia, com tão pouco tempo livre e tantos livros que quero ler, não quero saber mais disso. Vou só ler o que gosto e voltar ao meu querido Eça de Queiroz.

03 agosto 2012

Do descanso

Não gosto muito de ter férias sem ir para fora. Porque acaba por ser um bocado 'mais do mesmo'. Fica-se por aqui, acaba-se por não fazer nada de especial e gasta-se dinheiro na mesma. E não se muda de ares, que é o mais importante. Mas nem sempre podemos ir de férias, quer porque não arranjamos alojamento a tempo, porque não temos dinheiro para ir, porque temos coisas para tratar aqui, porque precisamos mesmo de descansar... Mas independentemente de estar aqui ou num sítio longe, perto da praia, o que interessa é que para a semana tenho tenho férias e graças a Deus que finalmente chegaram, que eu estava a dar em doida e em modo praticamente-a-ter-um-esgotamento-nervoso-por-isso-não-me-chateiem. Uma semana é pouco, mas dá para descansar, que é o que mais quero e preciso de momento. Por isso, caros leitores, ficam avisados que para a semana não haverá posts, apesar de eu andar por aqui (e não, não tenho nenhum iPad ou iCoisanenhuma) e ir dando um salto à net para ver os vossos posts. Boa semana para vocês!

02 agosto 2012

Da culpa

Não gosto de multas. Quem segue o blog já sabe do meu historial de multas, consequência da minha incapacidade de andar devagar. Até aqui nada de novo. Mas, finalmente, encontrei a peça que faltava para o puzzle fazer sentido. No outro dia, o meu namorado conduzia o meu carro, enquanto ouvíamos Rammstein bem alto. Então ele disse 'Agora percebo porque nunca andas devagar'. E fez-se luz! O problema não sou eu, és tu (sempre quis dizer isto). És tu, música dos Rammstein do demo, que me fazes andar sempre com o pé no acelerador e apanhar multas infinitas. Para vocês verem com eu tenho mesmo um problema, se a polícia me mandasse parar, do nada, e dissesse que eu tinha de pagar uma multa de 300€, eu rapidamente sacava da carteira e dizia 'Sim, senhor guarda, é para já', porque me sinto permanentemente culpada e em transgressão. Depois de perceber a causa do problema, encontrei a solução: vou começar a ouvir Radiohead. Tenho a certeza que depois de uma semana a ouvir a música deprimente dos Radiohead todos os dias me transformarei numa daquelas pessoas que anda a 30 km/h nas localidades e a 80 na auto-estrada, sempre a fazer fila. Mas sem multas.

01 agosto 2012

Do fingimento

Não gosto de pessoas falsas. Falsas, cínicas, hipócritas, fingidas, é tudo a mesma coisa. Pessoas que não gostam de outras pessoas mas conseguem fingir de tal forma, que ninguém diria que por trás são umas cabras. Eu entendo que, mesmo não gostando de alguém, não temos de ser antipáticos para essa pessoa, ou responder-lhe sempre torto. Às vezes, somos mesmo obrigados a lidar com alguém que não gostamos, quer seja em situações pessoais ou profissionais, e não podemos azedar demasiado as relações. Aliás, há mesmo profissões que vivem disso, por exemplo relações públicas ou delegados de informação médica (que vivem de engraxar médicos). Mas daí a sermos (parecermos) super amiguinhos não. Manter o mínimo de educação e cordialidade basta. Não sei como há pessoas que têm estômago suficiente para fingir que gostam de alguém e rir-se com essa pessoa e tomar café com essa pessoa até, quando na verdade não gostam dela. É uma capacidade que eu de facto não tenho, o que por vezes acaba por me prejudicar. Com tanto cinismo por aí, mais valia entrar na onda do fingimento também e, mesmo com as minhas péssimas capacidades de representação, às tantas ninguém ia reparar.
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