26 julho 2011

Do descanso

Não gosto de despedidas, mas hoje tem de ser. Não, não se livraram de mim para sempre, calma. Vou só de férias. E é só uma semana e meia, por isso daqui a nada estou de volta. Não vou fazer nada de especial, parece-me que nem praia (confesso que não sou grande admiradora, mas a seu tempo farei o devido post), quase que é desperdiçar dias de férias para nada mas estou a precisar de uma pausa. Vou andar por aí, basicamente sem fazer nenhum, pôr a leitura e o sono em dia, que já por si só é melhor que trabalhar. Como dizia uma colega minha 'mais vale um mau dia de praia que um bom dia de trabalho'. Até já e boas férias para todos!

25 julho 2011

Da tristeza

Não gosto de não poder estar triste. Hoje em dia quando alguém está triste tentamos sempre animar a pessoa e lembrar-lhe que tem muita sorte bla bla bla. Mas às vezes é bom estar triste, às vezes precisamos estar tristes para depois ficarmos alegres. Eu quero ter o direito de estar triste quando me apetece, de me querer afundar na minha tristeza, ainda que só por um dia. Acho que o direito à tristeza é um direito que nos assiste (no pun intended). E nestas alturas, ninguém deveria poder tentar salvar-nos. Deviam deixar-nos em paz, para aproveitarmos bem a nossa tristeza, reflectirmos bem e depois levantar-nos renovados. Vamos reclamar o nosso direito à tristeza!

22 julho 2011

Da memória

Não gosto que as pessoas que não vejo há muito tempo marquem jantares. Isso agora desde que as pessoas se encontraram todas no Facebook está na moda. Ah e tal, vamos fazer um jantar com as pessoas da escola secundária, que já não vemos há anos. Queridos, se nós fossemos assim tão amigos, provavelmente não teríamos perdido o contacto, certo? Não me interessa muito ver pessoas com as quais já não tenho qualquer tipo de afinidade. Porque aquelas pessoas com as quais eu me dava realmente bem e com as quais acabei por perder contacto, não vou esperar por estes super jantares para falar com elas, vou combinar qualquer coisa assim que as encontro. E a pressão: 'ai tens de vir ao jantar', 'ai de ti se faltas'... Odeio quem tem estas ideias. E odeio ter de arranjar desculpas para não ir.

21 julho 2011

Da gula

Não gosto de ir comer sushi à discrição. Não gosto porque abuso imenso e saio quase sempre do restaurante super cheia, mal-disposta às vezes. Isto é mesmo atitude de pobre: o preço é fixo, logo vamos comer tudo o que podemos, quanto mais melhor. E é gulodice também (e logo eu que pareço o monstro das bolachas a comer), é empurrar até a comida dar pela garganta. Depois como não vou assim tantas vezes, quando vou quero aproveitar bem. E é o descalabro. Mas já tomei uma decisão: da próxima vez que for, tenho mesmo de ser mais contida, e comer apenas aquilo que me apetece, sem forçar. Vou tentar lembrar-me da última vez que fui e que quase vomitava tudo, de tão empanturrada que estava.

20 julho 2011

Do azar

Não gosto quando estou no banho de manhã, acaba a garrafa de gás e apanho com água fria. É mesmo uma porcaria. Estamos ali quentinhos, na nossa vida, a esfregar o cabelo, e de repente zás! Um jacto de água fria, para acordar. E depois tenho de esperar que a minha mãe vá trocar a garrafa, ali ao frio... Eu sei que quem tem gás natural já não sofre deste mal, mas quem ainda usa gás engarrafado, de vez em quando tem de sofrer as consequências. E eu penso: eu não sou a única a tomar banho cá em casa, a água quente não se usa só em banhos, porque é que tenho de ser SEMPRE eu a levar com água fria? Não entendo. A água podia acabar quando estamos a lavar a louça, ou quando outra pessoa está a tomar banho, ou quando estou a lavar a cara para o rímel sair, mas não, acaba sempre quando estou a tomar banho de manhã. Sempre. É karma...

19 julho 2011

Da confusão

Não gosto dos saldos. Por muito que se encontrem boas oportunidades, as lojas parecem que foram vítimas de um terramoto. Tudo desarrumado, a roupa em montes, pessoas lá à volta a remexer, tudo fora dos sítios, se perguntamos a um funcionário se tem outro tamanho a resposta é invariavelmente 'tudo o que temos está exposto', só há praticamente números gigantes... Não tenho paciência mesmo. Só se já estiver a namorar alguma peça, posso eventualmente passar na loja para ver se está com baixa de preço, mas andar lá no meio à procura, à procura, não é para mim. Eu até gostava, mas mal entro nas lojas e vejo aquele ambiente, o pânico apodera-se de mim e eu fujo. No entanto, gosto muito daquelas super pechinchas que se arranjam quando já só há meia dúzia de peças e aí sim, está tudo a um preço estupidamente baixo e, como são poucas coisas, não há o problema de andar a remexer.

18 julho 2011

Da fama

Não gosto dos Xutos e Pontapés. Não acho que sejam um banda assim tão boa. Também não são tão maus. São medianos, pronto. Mas o que eu não percebo porque é que as pessoas gostam tanto deles, se é mesmo pela qualidade da música que tocam ou um bocado pelo simbolismo, de serem uma banda portuguesa, muito antiga e tudo mais. Ainda semana passada estava a ouvir rádio e um miúdo dizia que quis ir ao Marés Vivas para ver Xutos. Não sabia que alguém ia a festivais de propósito para os ver. Aliás, eu tenho uma teoria, que é que toda a gente em Portugal já viu Xutos ao vivo pelo menos uma vez, uma música que seja, ao longe. Eu própria que não gosto assim tanto deles já os vi. Eles já tocaram em praticamente todo o lado. Também em 30 anos tiveram tempo. Costumo também dizer que, se eu lhes pedisse, eles iam tocar ao meu pátio, mas isso já sou eu a ser mázinha.

15 julho 2011

Da exclusividade

Não gosto que toda a gente goste das coisas que eu gosto. Ontem fui ver 'Que Vergonha Rapazes', onde o Miguel Guilherme cita textos de humor de autores portugueses. Ora um dos textos era uma das crónicas do mestre Miguel Esteves Cardoso, sobre os palavrões (se não me engano do Causa das Coisas). Ora eu já conheço aquilo há anos e anos e confesso que me custou um bocadinho ver toda aquela gente, que se calhar nunca leu nada do MEC, estar ali a rir-se às gargalhadas com um texto dele. Agora aposto que vão todos comprar os livros dele e ser super fãs. Quando eu já sou há anos. É tipo quando gostamos de uma banda desconhecida e ficamos um pouco tristes quando ela ganha mais notoriedade e toda a gente gosta. Parece que são um bocadinho menos nossos.

14 julho 2011

Da constância

Não gosto quando vou na estrada, na minha faixa, e há um carro que quer entrar na minha faixa de rodagem e como vê que já tem pouco tempo, mete-se com bastante celeridade, mas assim que entra na faixa reduz a velocidade aí para 20 km/h. Não entendo isto. Tanta pressa para entrar e depois vão ali feitos tartarugas? ou entram devagar e continuam devagar, ou entram mais rapidamente, mas mantêm a velocidade. Depois obrigam-nos a reduzir imenso a velocidade e ir ali atrás deles, com o carro quase a ir abaixo em segunda.

13 julho 2011

Da moda

Não gosto da moda do ténis. De repente, toda a gente gosta de ténis. Toda a gente adora ténis, vê todos os jogos, conhece os tenistas todos. De um momento para o outro. Não sei quem lançou esta tendência, mas parece que pegou. Aliás, tenho mesmo vários amigos que começaram até a jogar ténis, compraram raquetes, equipamento, fizeram-se sócios de clubes... Ténis é o novo futebol. Ando com ténis pela ponta dos cabelos!

12 julho 2011

Do casamento II

Não gosto de casamentos. Não do acto em si, isso até acho bonito, as pessoas comprometerem-se para uma vida (ou não...). Não gosto do que se tornaram os casamentos. Primeiro, são TODOS iguais. Mas mesmo todos. Quem foi a um, já sabe como vão ser todos os outros casamentos. Igreja, quinta, fotos com os noivos, comer até cair para o lado, dançar, comer mais, apresentação (powerpoint ou outro mais avançado) com fotos dos noivos/amigos/família, distribuição das lembranças, comer ainda mais, cortar o bolo com o respectivo fogo de artifício, comer mais, cair de bêbedo e vir embora semi-consciente. Todos iguais. Alguns têm umas pequenas variações, como ter karaoke, ou em vez de fogo de artifício terem 'cortina' (igualmente piroso), mas vai tudo dar ao mesmo. Para além de ser tudo piroso, é tudo igualmente caro, ou caríssimo. Os preços para tudo relacionado com o casamento são inflacionados cerca de 300%. Gastam-se milhares e milhares de euros para ter uma festa com pompa e circunstância, que acaba por não ter o significado que se pretende. A maioria dos convidados não vai lá porque quer ver os noivos casarem-se, vai lá porque quer comer. Não haverá outras formas de celebrar um casamento? Alguém já foi a algum casamento que não tenha sido assim?

11 julho 2011

Do casamento I

Não gosto de despedidas de solteira. É uma parolice de todo o tamanho. Não seria, se as pessoas não tivessem o hábito de as estragar com pilas na cabeça e restaurantes latinos, onde predomina o putedo. Ninguém tem assim nenhuma ideia original, para fazer uma coisa diferente e verdadeiramente divertida? É mesmo preciso a noiva levar uma pila gigante na cabeça (ou no peito) ou um véu rosa fluorescente até ao chão ou uma coroa de flores enorme ou uma pirosice do género? E têm mesmo de ir sempre jantar àqueles restaurantes com picanha e músicas latinas e brasileiros suados e coreografias que toda a gente, inexplicavelmente, sabe de cor? Quando sou convidada para alguma, é como se fosse para a forca. Eu sei que não sou obrigada a ir, mas se a noiva é minha amiga, eu encaro aquilo como um sacrifício para a deixar feliz. Tenho medo que algum dia alguém me organize uma coisa dessas sem eu saber..

08 julho 2011

Da animação

Não gosto de ir a restaurantes e apanhar empregados que se acham engraçados. Aqueles empregados que acham que têm sempre algo muito espirituoso a acrescentar e que acham que são super simpáticos e divertidos e estão a agradar o cliente, quando no fundo só nos estão a aborrecer. Depois nem sequer estamos à vontade quando eles vêm à mesa, porque somos obrigados a pôr aquele sorriso amarelo, para não nos acharem antipáticos, quando só queremos que eles se calem e nos deixem apreciar a nossa refeição em paz e sossego. Por favor, eu até deixo gorjeta, se for preciso, mas esqueçam lá isso de serem animadores sociais. Vocês são empregados de mesa e é nisso que são bons, ok?

07 julho 2011

Da gratificação

Não gosto de deixar gorjetas. Sempre que vou a algum restaurante, parece a encenação daquela conhecida cena do Reservoir Dogs. Eu a dizer que sou contra gorjetas, os outros a dizerem que é de bom tom deixar gorjeta. Isto faz-me um bocado de confusão por dois motivos. Um, porque é quase obrigatório deixar gorjeta e os empregados ficam muito aborrecidos quando não deixamos, e sem razão nenhuma, porque isso não está estabelecido em lado nenhum, que eu saiba. Dois, porque também ninguém me deixa gorjeta por fazer o meu trabalho. Era bom que cada vez que faço uma tradução viesse aqui o meu patrão ou os meus colegas e me deixassem 1€ no meu mealheiro. Confesso que já deixei algumas vezes, quando acho que o empregado foi simpático e nos atendeu realmente bem. De resto, não deixo, sendo no entanto vulgar o meu namorado ter vergonha e deixar na mesma, do bolso dele, mesmo eu sendo contra. Mas porque é que temos de deixar gorjeta? Alguém me dê uma boa razão.

06 julho 2011

Da injustiça

Não gosto quando alguém tem um exame e reprova e depois diz que o professor é que não gosta dele/a. Um caso típico, na escolinha, na faculdade, em qualquer sítio onde haja um professor e um aluno. É normal ouvirmos alguém dizer que não passou a certa disciplina, ou reprovou no exame, porque o professor não gosta dessa pessoa, ou mais vulgarmente 'a pegou de ponta'. Isto tira-me um bocado do sério. Isto é não ter responsabilidade suficiente para arcar com o próprio insucesso, é não admitir que não se sabia o suficiente para passar. Não tentem fazer os professores passarem por papões, que não gostam dos alunos e vão reprová-los só para lhes estragar a vida. Até acredito que isto possa acontecer uma ou outra vez, vá, mas não é assim tão comum como se ouve. Segundo se ouve, todos os professores são pessoas más e rancorosas, que depois se vingam nos alunos, reprovando-os constantemente na sua cadeira. Eu também não passei a algumas cadeiras à primeira vez, mas nunca caí no erro de dizer que o professor é que não gostava de mim; não passei porque não merecia passar na altura, porque de facto não sabia. Aliás, a única cadeira que eu achava que a professora não era muito simpática comigo (nem com ninguém no geral, diga-se), acabei por ter 16, por isso essa teoria comigo não resulta. Vocês não passam porque não sabem o suficiente, porque não estudaram o que deviam, e não porque o professor não gosta da maneira como andam ou como se riem ou como escrevem.

05 julho 2011

Do pânico

Não gosto de aranhas. Sinto uma repulsa enorme por estes bichos e fico histérica quando vejo uma. Nem que seja pequena, fico descontrolada. Ultimamente ando a tentar controlar-me, não desatar aos berros e a chamar pela minha mãe sempre que vejo uma. Tento respirar, racionalizar e ir buscar qualquer coisa rapidamente para a matar, antes que desapareça. Hoje quando vi uma aranha pequenina na banheira, portei-me muito bem. Controlei o grito, fui calmamente buscar um chinelo, esmaguei-a com toda a força (apesar de não ter mais de 2 mm) e depois lavei a sola do chinelo. Tudo sem berrar ou entrar em hiperventilação. Acho que mereço uma prenda.

04 julho 2011

Do nada

Não gosto de não ter assunto para o blog. Há dias em que não me lembro de nada que não goste. O que até tem um lado positivo, é sinal que não aconteceu nada digno de registo, que não estou insatisfeita com nenhuma situação em particular. Mas analisando bem, há sempre mais alguma coisa que eu não gosto, não estou é a lembrar-me ou a ter consciência disso neste momento. Há milhares de coisas que eu não gosto e ainda só devo ter enumerado umas centenas, vá. Por isso vou pensar bem e amanhã já sei de certeza.

01 julho 2011

Da impotência

Não gosto de perder coisas. Ninguém gosta, acho eu, mas eu fico mesmo transtornada. E nem é pelo valor do objecto perdido, se perder um lápis velho fico igualmente transtornada. É pela impotência de não poder fazer nada, de não encontrar o que perdi. De procurar, procurar, procurar e não encontrar, não saber onde perdi e não poder fazer nada para recuperar o que é meu. E também um certo sentimento de culpabilização própria, porque é que fui tão descuidada? Claro que se for algo mais valioso ou de maior importância é mais chato, mas, como disse, basta perder um porta-chaves que eu gostava ou uma simples caneta para ficar logo com o dia estragado.
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