20 maio 2013

Dos micróbios

Nao gosto de multibancos. De tocar nas teclas. Devem ir a cada caixa dezenas ou centenas de pessoas por dia. E todas elas carregam nas mesmas teclas. Por isso, os multibancos devem ter milhões de bactérias. Penso sempre nisso quando carrego nas teclas., aquilo deve ser pior do que nas casas de banho, porque aí se as pessoas forem como eu, nem sequer carregam no autoclismo directamente, usam um bocado de papel higiénico. No Inverno, não me incomoda tanto porque uso luvas e não carrego directamente nas teclas. Mas agora é pior. E quando carrego e sinto assim assim as teclas meias macias... Que nojo! Limpo sempre as mãos às calças da ganga depois. Não que seja muito melhor, mas sempre elimina aquela impressão de badalhoquice nos dedos. Senhores do multibanco, que tal pôr aquelas luvas de plástico como nas bombas de gasolina ao lado das caixas? Isso era uma grande ideia.

17 maio 2013

Da perseguição

Não gosto de ir a restaurantes e que os empregados me encham o copo. Acho sempre isso chiqueza a mais para mim. Eu consigo encher o meu copo. Eu prefiro encher o meu copo. Prefiro ser eu a deitar o que me apetece do que ter um senhor sempre a deixar-me o copo meio. Isto atinge o ponto máximo da insuportabilidade (não sei se existe, mas perceberam) nos casamentos. Ha sempre um empregado à espreita. Basta darmos um gole e lá vem ele repor os níveis mínimos. Se estamos com sede e bebemos tudo de enfiada, lá vem ele encher o copo logo a seguir. Fico com medo de beber porque sei que o senhor empregado nunca dorme. Está sempre atento a todos os copos da mesa, com a garrafa em punho, pronta para reabastecer. Poça, que perseguição!

16 maio 2013

Da rapidez

Não gosto de estradas nacionais. Quando vou para algum sítio e há estrada nacional e auto-estrada como opçõa para chegar lá a minha escolha é sempre a auto-estrada. Mesmo sendo mais caro. Porque cheguei à conclusão que o meu tempo é precioso. E, sendo precioso, estou disposta a pagar por ele. Ir pela nacional, apanhar semáforos, rotundas, camiões impossíveis de ultrapassar, carros em velocidade de passeio já não é para mim. Já foi tempo. Hoje em dia perdi o amor ao dinheiro e vou sempre pela auto-estrada. Até porque em certos casos até pode compensar, relativamente ao que se poupa em gasóleo. Na auto-estrada é sempre a andar, o carro gasta pouco; já em pára arranca, os consumos costumam aumentar. Lembro-me uma vez que tinha ido à Mealhada comer leitão. Como tínhamos tempo para voltar, pensamos que não valia a pena ir aquele bocadinho para trás para apanhar a auto-estrada e que seguiríamos pela nacional até à próxima entrada. Dois kms à frente já eu estava de lágrimas nos olhos de tão nervosa. Acho que demorei mais tempo a chegar à entrada da A1 do que depois a chegar até ao Porto. Que desespero... Então lembro-me sempre deste episódio quando estou em dúvida. Antes pagar 50 cêntimos ou 2 euros do que passar horas infinitas nas estradas de Portugal.

15 maio 2013

Da igualdade

Não gosto da Desigual. Aquela loja caríssima onde as roupas são feitas de trapos. Trapos coloridos que eles cosem uns aos outros e já está. Para além de achar tudo demasiado caro e feio, a roupa é toda igual. Acho que levaram demasiado à letra o conceito de serem diferentes e ser aquilo a sua imagem de marca, porque todas as roupas de lá são iguais. Vemos alguém com uma saia da Desigual e topamos a quilómetros. Tudo muito semelhante. Não é loja para mim.

14 maio 2013

Da demora

Não gosto daquelas máquias de tirar o ticket com a nossa vez avariadas. Essas máquinas foram uma inevenção bastante boa. Uma pessoa vai à charcutaria, tira o ticket e vê que estão 15 pessoas à frente. Então vamos indo fazer o resto das compras e adiantar serviço. Quando as máquinas estão avariadas e não dão tickets, temos de ficar ali a secar tempos infinitos, na fila, atrás de 15 pessoas, à espera da nossa vez. Não sei porque os donos das lojas com máquinas de tickets não as arranjam imediatamente assim que avariam. Costumo ir a uma farmácia que tinha tickets. E como é uma farmácia concorrida, eu passava o tempo em que esperava pela minha vez a ver produtos. E às vezes até comprava. Uma vez fui lá e aquilo estava avariado. Pensei 'ok, é só hoje' e lá fiquei na fila. Mas não. O raio da máquina nunca mais funcionou. Há meses. E agora tenho de fila, senão perco a vez. E não vejo produtos. E não compro produtos novos. Quando chega a minha vez, já só quero sair dali para fora rápido, tal a seca que levei. Por isso, senhores das lojas, um bom conselho de negócio é arranjarem as máquinas de tickets. Os clientes não ficam tão aborrecidos e pode ser que até comprem mais coisas.

13 maio 2013

Do snobismo

Não gosto de beber água da torneira. Quando eu era miúda, achava estúpido que as pessoas não bebessem água da torneira. Porque para mim era igual à outra. Mas depois um gajo vai crescendo e vai começando a perceber que afinal nao é bem assim. O Universo castigou-me tanto que agora só gosto de água do Luso. A água do Luso é indiscutivelmente a melhor água de Portugal. E dos países do mundo onde eu já fui. Não há água melhor. Não sou assim tão snob que só beba água do Luso. Também acho a água da marca Continente bastante boa e a do Minipreço também. E em termos de marcas, a Vitalis também é jeitosa. Mas a do Luso dá-lhes quinze a zero a todas.

10 maio 2013

Da inflação

Não gosto de comprar CDs. Quer dizer, gosto, gosto muito atá de comprar CDs originais, mas cada vez é pior. Antes ainda havia algumas lojas que os vendiam, a Roma Megastore, a Virgin, a Valentim de Carvalho, entre outras. Hoje em dia é só a FNAC. A FNAC tem o monopólio dos CDs. A MediaMarkt tem 6 ou 7 CDs, mas aquilo praticamente nem conta (mas é verdade que quando se aproveitam, costumam ser baratos). Ora um gajo vai à FNAC e aqueles preços parecem-me demasiado inflacionados. Eu sei que os CDs nunca fora muito baratos, mas eles inventam as histórias dos digipak e dos DVD bónus e não conseguimos comprar um CD por menos de 30€. Eu até acho bem terem estas edições especiais à venda, mas só quando também têm disponível a versão 'normal' e mais barata. Assim sendo, quem conhece lojas de CDs na área do Porto, que tenham bastante diversidade (quero comprar CDs de metal, na maioria) e que tenha preços jeitosos?

09 maio 2013

Da celebração

Não gosto de publicidade exagerada. Não sei se todos repararam mas este último dia da Mãe foi quase tão celebrado como o Natal. Ele era sms com promoções para a Mãe, folhetos de produtos especiais para a Mãe, promoções, catálogos, tudo dedicado à Mãe. Sinceramente, não me lembro de alguma vez ter visto um alarido tão grande com o dia da Mãe. A minha opinião é que isto são efeitos da crise. As lojas andam tão, mas tão desesperadas para vender que usam qualquer desculpa para fazerem grandes campanhas e promoções. Vem o dia da Mãe e é publicidade em tudo quanto é loja. Suponho que agora o grande acontecimento seguinte sejam os santos populares. A seguir é o Verão, o regresso às aulas, o S. Martinho, Halloween, Natal, dia dos namorados, Carnaval, Páscoa e voltamos ao mesmo, toda a gente conhece o ciclo. Mas sinto que as lojas vão arranjar outras desculpas para promoções. Como o dia mundial da árvore e da floresta, onde todas as lojas vão vender os produtos de cor verde com 50% de desconto. Ou o dia mundial dos oceanos, onde todos os produtos que tenham água na sua composição têm um desconto de 20%. Ou o dia mundial do combate ao colesterol, onde todos o clientes que levem análises ao sangue feitas no último meio ano terão 30% de desconto. Ou o dia mundial da escola, onde todos os clientes que provem que sabem ler terão 40% de desconto em cartão sobre todos os produtos. Sei lá, o céu é o limite. É preciso arranjar mais celebrações!

08 maio 2013

Da distracção

Não gosto de fazer coisas. Não sou dessas pessoas que no seu tempo livre se dedicam a coisas. Não tenho nenhum hobbie em especial, não bordo, não faço surf, não faço trabalhos em papel reciclado, não ando na dança, não faço nada de interessante. Limito-me a vegetar no computador tempo a mais. No tempo que resta, durmo, vejo séries ou vou ao cinema. Gosto de bricolage, mas até para isso sou preguiçosa para começar. Antes de trabalhar lia bastantes livros, mas hoje em dia leio cada vez menos, mais nas férias. E às vezes vou jantar fora. Mas jantar fora nem sequer pode ser considerado uma actividade de tempos livres, é mais uma comodidade. Por isso, não sou dessas pessoas que acorda cedo ao fim de semana e diz coisas como 'vamos aproveitar o bom tempo!'. Eu não quero saber do bom tempo, não quero saber de aproveitar. Quero apenas estar no meu canto e que ninguém me aborreça. Não quero aproveitar, quero só existir.

07 maio 2013

Da semelhança

Não gosto de comprar casacos na Primavera. Vamos às lojas e praticamente não há casacos. Está frio na mesma, mas não se vendem casacos. Nas poucas lojas onde há casacos, são sempre iguais: blusões de ganga ou aqueles casacos de napa, tipo motoqueiro (e aqueles casacos de malha fininhos, mas esses nem contam, isso não aquece nada, é semelhante a vestir uma camisola). Blusões de ganga, thanks but no thanks. Os anos 80 e 90 já vão longe e é peça pela qual não tenho muito saudosismo. Em relação aos blusões de napa, tenho um há 3 anos e não o uso. Estava à procura de algo um pouco diferente. Mas pelos vistos os casacos na Primavera são raros como a água no deserto.
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