26 abril 2012

Do secretismo

Não gosto da internet. Do que a internet faz às pessoas. Não é bem do que faz às pessoas, mas do que as pessoas são na internet. Isto é um mundo paralelo, onde as pessoas basicamente podem ser o que quiserem. Se toda a gente revelasse o que anda a fazer na internet, quem as conhece ficaria bastante surpreendido com as suas 'identidades secretas'. Não tanto no Facebook, Hi5 e outros sites públicos, mas blogs, fóruns e sites do género. Por exemplo, recentemente descobri que uma colega de trabalho tem um blog. Coisa que eu nunca imaginaria que ela teria (apesar de o registo condizer com ela). Descobri que uma amiga tem também um blog (ok, pelos vistos toda a gente tem um blog) e que dá explicações e faz (ou fazia) traduções. Tudo coisas que eu não sabia e que provavelmente nunca saberia se não fosse escarafunchar nicks e links e explorar a minha faceta de detective. Aliás, não é preciso ir mais longe. Eu própria tenho este blog a dizer mal de tudo e (quase) ninguém sabe. Para além disso, também vendo coisas em sites. Provavelmente se as pessoas soubessem disso também ficariam surpreendidas. E o mesmo acontece comigo em relação aos outros. A internet deixa-nos ser quem queremos ser. Deixa-nos fazer o que não podemos fazer no mundo real. Deixa-nos ser professores, tradutores, vendedores, poetas, críticos e escritores. Aqui podemos dizer o que bem nos apetece, podemos dar a nossa opinião sincera sem medo de sermos discriminados pelos nossos amigos (podemos ser discriminados por outros anónimos escondidos atrás de nicks, mas isso não nos importa nada), podemos dar asas à imaginação e aos nossos sonhos mais secretos (infelizmente, isso nem sempre é usado para o bem). E há coisas que eu preferia não saber. Estas identidades secretas era sempre assim que se deviam manter. Secretas.

3 comentários:

Anónimo disse...
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Maat disse...

se calhar hoje não estou com paciência para pseudo-anónimos.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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