27 abril 2012

Da intensidade

Não gosto de queijo. O único que gosto é queijo de barra (flamengo), misturado com fiambre, nas tostas mistas. E queijo fresco, porque não sabe realmente a queijo. Odeio especialmente o queijo da serra, claro, como não poderia deixar de ser. Aquele cheiro intenso a queijo dá-me vómitos. O que é estranho é que fui ao supermercado no outro dia e dei por mim parada no sítio dos queijos. A escolher um queijo diferente para provar. Eu que não gosto nem de olhar para os quejios, estava lá a escolher queijos para comprar. E comprei. Comecei devagarinho: queijos frescos com ervas, queijinhos pequeninos (que acho são edam), e queijo fundido para barrar. E gostei. Gostei de todos. Mas eu também não me aventurei muito, baby steps. Depois de comer estes, sinto-me preparada para, na próxima visita ao supermercado, comprar emmental e mascarpone. Penso que só daqui a uns meses conseguirei comprar brie e roquefort, que isso de comer bolor não é coisa para meninos. Mas sinto-me feliz por estar finalmente disposta a conhecer um mundo até aqui nada apelativo para mim. Finalmente percebo o que sentem as pessoas nos casamentos quando vêem a mesa dos queijos, percebo o brilhozinho nos olhos.

9 comentários:

Isabel disse...

Já eu podia viver numa casinha de queijo (de chocolate também dava, mas não é disso que estamos a falar)! ADORO! Não consigo viver sem! O meu frigorífico tem sempre vários queijos para me animar. Desconfio que vá sofrer de colesterol e tenha de abandonar, um dia, o maravilhoso mundo do queijo. Os mal cheirosos também marcham que é uma maravilha! Experimenta um queijo forte (só quando estiveres num patamar mais elevado) com um bom pão caseiro e um bom vinho… Oh, maravilha!
Quanto ao mascarpone, é utilizado em sobremesas, não é de se comer sozinho só porque sim.

trollofthenorth disse...

Maat, comigo foi mais ou menos a mesma coisa. Mantenho algumas reservas em relação aos queijos franceses malcheirosos, mas gosto de quase todos os outros.
Lembro-me de ser puto e quase vomitar só com o cheiro de queijo. A malta cresce e começa a apreciar as coisas boas da vida. :)

Maat disse...

@Isabel: ahahahaha ca burra! pra tu veres como eu não percebo nada disso. se não fosses tu, eu comeria mascarpone à colherada :) tenho mesmo de me infomar bem sobre isto dos queijos.

@trollofthenorth: é isso. as pessoas amadurecem e começam a apreciar outras coisas. com os queijos malcheirosos, confesso que tenho algum preconceito, mas não os odiarei antes de provar, pelo menos :)

Quel* disse...

Eu ADORO todo o tipo de queijo. Com bolor, sem bolor, com nozes, com buracos, sei lá. É o que vier...

Anónimo disse...

Se não gostas do cheiro nem do sabor do queijo da serra acho que não deves ir para o Roquefort mas recomendo Rambol versão com nozes e ervas finas ou o Caprice des dieux, o brie cuidado com o tipo alguns são muito mal cheirosos e tem um sabor intenso outros nem tanto...
é só juntar vinho tinto (não sei se "gostas") e bom apetite

Carina

A. disse...

oh rapariga, quase era menina para te mandar um gouda velho! os queijos flamengos são no geral uma versão regional dos queijos edam e gouda novos holandeses, que se distinguem cá em termos de cura: jong (novo); jong belegen (novo curado); belegen (curado) e extra belegen ou oud (velho/muito curado).
embora sejam inicialmente iguais, o tempo de cura faz com que a água vá evaporando e intensificando o sabor e o salgado, fazendo destes queijos velhos (alguns com 2 anos) uma explosão de sabor.
eu adoro queijo (tenho para mim que quanto mais mal cheiroso melhor), e das poucas iguarias que gosto aqui sao estes queijos velhos, e do seu sabor super intenso, embora devido a serem sólidos (ao contrário dos nossos serra ou azeitao, ou dos franceses camembert e brie), sejam muito mais suaves em termos de cheiro, e talvez bons para uma iniciação a queijos curados.
mas se gostas de queijo fresco, podes sempre ir aos poucos, passando por requeijão, ricotta, mozzarella, mozzarella di bufala, boursain, certos chèvre, antes de enveredar pelos hard-core.

(mascarpone é queijo creme, ao jeito philadelphia, nao podendo bem ser chamado de queijo a sério)

p.s. tenho familia e amigos que não suportam queijo, só concebendo mozzarella na pizza, pelo que estou habituada e já sei que há coisas que nao posso cozinhar.

Maat disse...

ai meu Deus, tanta coisa que há para saber sobre queijo...
tenho de começar devagarinho. lição importante a reter agora no início: não começar já com os queijos mais fortes e mal cheirosos, sob pena de continuar a odiá-los para todo o sempre.

Carina: desses todos que falas conheço zero... :) espero que estejam à venda nos supermercados.

Luna: ui, que tu és entendida nisto dos queijos...
eu, no geral, acho que também prefiro queijos mais sólidos. se calhar por não me lembrarem tanto o temido queijo da serra, por isso os sólidos podem ser uma boa aposta, mais lá pra frente, quando passar aos hard-core :)

Unknown disse...

se te deixares de caganices de queijos estrangeiros tens um mundo em portugal para descobrir.
começa por um alavão, no dia em que quiseres um de sabor intenso tens o queijo da ilha, o serra o azeitão e o serpa são queijos de forte cheiro, mas que são óptimos para comer com tostas ou pão.
Tens ainda o queijo saloio que é saboroso e tem pouco cheiro, seja naqueles micro-queijos ou noutros um bocadinho maior. Depois há a diferença entre queijos de ovelha e queijos de cabra (por vezes à mistura), queijos muito ou pouco curados e ainda tens as merendeiras alentejanas e os queijinhos de évora, enfim, todo um manancial de oportunidades.
Dos estrangeiros só o queijo azul me convence, embora para fondue acho há um suiço de vaca e portanto com sabor menos acentuado (comum aos queijos de vaca)

Nada disse...

Queijo é daquelas coisas que se ganha o gosto...vai la com o tempo...passei tantos anos so a comer queijo em pizza...e hoje uma fatia de pão com queijo da serra faz-me babar =)

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