17 março 2011

Da inoportunidade

Não gosto de pessoas que não sabem quando calar-se. Ando a tirar um curso pós-laboral que, como seria de esperar, tem algumas pessoas de idade mais avançada. Não diria velhas, mas pessoas já bastante adultas. Pessoas essas que falam constantemente. Têm sempre dúvidas, têm sempre um exemplo do que se está a falar, têm sempre uma história engraçada relacionada com o assunto, têm sempre um comentário que não vem acrescentar nada. Resumindo, têm SEMPRE algo a dizer. E eu canso-me. Acho que o próprio formador já está cansado disto também, mas como não quer ser mal-educado, permite que continuem a fazer o mesmo. Até estamos atrasados na matéria, porque mais de metade do nosso tempo é gasto a ouvir senhoras de meia idade. E isto realmente acontece só com estas pessoas, porque as pessoas da minha idade não são assim, põem as suas dúvidas sim, mas não são chatas. Já na faculdade era igual. Tinha uma ou duas senhoras mais velhas na minha turma que estavam sempre a perguntar coisas. Por isso, isto parece-me mesmo um problema de idade e não de personalidade. Senhoras, eu sei que vocês se calhar não têm ninguém que vos dê muita atenção fora do curso e aproveitam estas oportunidades para serem o centro, mas não macem as outras pessoas, nem prejudiquem o bom andamento do curso, ok?

4 comentários:

Anónimo disse...

Diria que essas pessoas levam a ideia de que é bom fazer perguntas e tirar dúvidas até ao exagero. :/

Isabel disse...

Nem de propósito! Fiz uma formação há pouco tempo e comentei precisamente isso cá em casa. Então e quando fazem perguntas (relacionadas com a matéria, pensam elas) mas desprovidas de qualquer sentido? Onde é que vão buscar aquilo?!
Havias de ter gostado de uma colega que tive na faculdade, uma senhora com alguma idade e com aquela cabeça cheia das teorias mais descabidas que possas imaginar. A questão dela era sempre procurar uma explicação alternativa para a matéria que estávamos a dar, o mais completo nonsense!

Maat disse...

sim, é isso mesmo. às vezes só querem mesmo falar e acabam por dizer parvoíces. eu acho que no fundo querem é atenção.
o perfil que tenho observado são pessoas de meia idade, 50 anos ou mais, do sexo feminino. eu acho que elas não têm a atenção devida em casa, por ex, o marido não lhes liga nenhuma e não têm muitas pessoas com quem falar, e apanham-se num sítio onde as pessoas têm de ouvir o que dizem, ainda que não queiram, e toca a descarregar uma carrada de disparates. ontem chegámos ao ponto de falar do puré congelado do pingo doce... eu saio de lá exasperada.
essas pessoas deviam era ir para a universidade senior, onde podiam partilhar interesses com os demais alunos.

Cocas disse...

Descobri este blog agora e adorei este post. Poderia ter sido escrito por mim ou por qualquer outro colega meu, porque tenho uma colega, mais velha, que também tem sempre algo a dizer e, na maior parte das vezes, apesar de tentar parecer muito erudita e culta, o que ela diz não tem nada a ver com o assunto que o professor está a dizer. O professor, coitado, não a pode mandar calar, mas fica com aquela cara de "ok, e...?!"

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