02 março 2012

Da humilhação

Não gosto da praxe. Acho isso ridículo hoje em dia. Mas calma, eu também passei por isso. Quando entrei para a faculdade, nos meus inocentes 18 anos, também fui praxada. Uma ou duas semanas apenas, não mais que isso, que eu não sou o palhacito de ninguém. Mas também nunca praxei ninguém, não me sentia no direito disso. Mas na minha faculdade, talvez por ter maioria absoluta de mulheres, a praxe nunca foi nada de extraordinário nem humilhante, como em muitas outras faculdades. Eram uns jogos, umas canções, não muito mais que isso. Hoje ando noutra instituição de ensino superior e tudo aquilo me parece ridículo. É obvio que eu agora tenho quase idade para ser mãe deles e seria impensável passsar por isso de novo, mas aquilo irrita-me profundamente. Primeiro, porque não é apenas a semana de recepção ao caloiro. É sempre, todas as semanas, sabe-se lá até quando. Segundo, porque eles mentem aos caloiros e dizem que quem não participa na praxe não se integra bem na vida académica. Mas que grande tanga! Pelo menos na minha outra faculdade, nunca ninguém foi discriminado por ser anti-praxe ou não participar nas actividades. Isso é só uma mentira que eles contam para meter medo aos caloiros e eles irem todos pra lá serem humilhados. E terceiro, aqueles 'doutores' (só se forem doutores da m***a, mas ok) irritam-me profundamente porque andam sempre com a porcaria do traje. Seja segunda, terça, sábado, domingo. Será que não têm mais roupa? Ou eles têm muitos trajes ou já ninguém se deve conseguir chegar perto deles. Pelo sim, pelo não, eu mantenho sempre uma distância de segurança de cinco metros.

5 comentários:

Rachelet disse...

Também sempre achei um disparate pegado. A ideia original é boa: promover a confraternização através de um respeito simpático pelos que lá andam há mais tempo, etc. Não sei em que ponto se tornou num festival de humilhações físicas e psicológicas (incluindo os casos graves que já foram a tribunal e outros que nem lá chegaram mas mereciam) e de coerção sob pena de passarem 3 ou 4 anos num sítio onde lhes será barrada a possibilidade de integração.

Andei na FLUL, fui praxada 1 dia (pintaram-nos, levaram-nos atados pela cintura até à cantina onde só podíamos comer com a faca e fizemos umas palhaçadas no anfiteatro, nada de ofensivo), mas isso não me garantiu nem barrou qualquer integração. Basicamente, foi inútil. Não fiquei a conhecer ninguém por isso nem teria deixado de confraternizar ao longo dos anos que durou a licenciatura e a pós-grad se não tivesse sido praxada.

stantans disse...

concordo plenamente!! também só lá fui um dia e nunca mais lá meti os pés

Anónimo disse...

eu meti lá os pés e não voltei lá um dia

Rainha ST disse...

Também odiei essa fase e não participei, há certas brincadeiras que não são ofensivas e compreendo, mas o que se passa, é que a maior parte são humilhações atrás de humilhações e que abomino.

Aflito disse...

Eh pah, coninhas! :|

Foi a minha melhor semana e o meu melhor ano na faculdade.

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