28 fevereiro 2012
Da adequação
Não gosto do vestido da Gwyneth Paltrow. Tinha de ser, se toda a gente fala dos Óscares, eu também quero. Não vi a cerimónia, não vi a maior parte dos filmes que estavam nomeados, vi apenas alguns vestidos nos sites do costume. E parece que toda a gente adorou o vestido da Gwyneth. Pessoalmente, achei aquela capa ridícula. Se ela fosse um Elfo, sim, ficava-lhe muito bem. Numa cerimónia dos Óscares, não gostei. Vi lá coisas bem mais bonitas, apesar de ter achado um bocado fraco no geral, pelo pouco que vi. Gostos...
27 fevereiro 2012
Da limpeza
Não gosto de ir a casa daquelas pessoas que andam a limpar atrás de nós. São aquelas pessoas que são obcecadas coma limpeza e até nos fazem sentir mal. Entramos e quase que nos pedem para tirar os sapatos à porta. Andamos e quase que vêm com uma esfregona atrás de nós a limpar por onde passamos. Se nos oferecem qualquer coisa para comer, apanham todas as migalhas que caem. Odeio ir a casa destas pessoas, não me sinto à vontade. Sinto que só fui lá poluir o mundinho pequenino delas. Eu concordo que se deixarmos cair um bocado de bolacha, por exemplo, o apanhemos na hora, até para não lhe passarmos por cima e criar mais lixo. Mas não vamos cair em exagero. Vamos deixar as migalhas no chão e, no fim, quando as pessoas forem embora, aspiramos o chão todo. Agora sermos polícias da limpeza não é muito agradável para os convidados. Se não querem pessoas em vossa casa a sujar, não as convidem. Eu não apareço sem ser convidada, disso podem ter a certeza.
24 fevereiro 2012
Da sensibilidade
Não gosto daqueles alarmes das lojas de electrodomésticos. Estou a falar dos alarmes que normalmente estão em itens pequenos e valiosos, como telemóveis, leitores de mp3 ou máquinas fotográficas. O que acontece é que aquilo é suposto existir para as pessoas poderem mexer no item, sem o roubar. Mas não é eficaz. Quer dizer, é, na parte do não roubar. Mas na parte do mexer deixa um bocado a desejar. Pegamos num telemóvel e basta fazer um gesto mais brusco para aquilo começar a apitar incessantemente. E depois não aparece ninguém para desligar aquilo, então temos de sair dali rápido antes de ficarmos surdos. Eu entendo que o propósito seja prevenir furtos, mas se calhar deviam fazer os dispositivos menos sensíveis aos movimentos. É chato para os clientes, que acabam por ter medo de mexer nas coisas, e é chato para os funcionários, que têm de andar sempre a desligar os alarmes.
23 fevereiro 2012
Da humildade
Não gosto de falsa modéstia. Daquelas pessoas que põem aquele ar de sonsas, mas no fundo estão a adorar ser elogiadas. Acho que é mais que normal as pessoas ficarem contentes e agradecerem um elogio. Afinal toda a gente gosta que apreciem as suas qualidades. Eu gosto e não vejo mal nenhum nisso. Agora quando alguém diz algo lisonjeador acerca de uma pessoa e essa pessoa põe aquela cara de 'ai não não, não é verdade', fartos de saber que é verdade, irrita-me imenso. Quando é que passou a ser regra as pessoas terem vergonha das suas qualidades? Tipo quando alguns comentários aqui dizem que eu escrevo bem (muito agradecida, já agora). Se eu escrevo de facto bem, porquê estar a dizer 'ai não, não, não é nada, escrevo mal e dou erros até'? Fico sempre a pensar que quem faz isso tem o seu quê de sonsice (sim, a palavra existe). É óbvio que também não gosto do oposto, pessoas que se gabam do que têm e do que não têm, mas também não vamos cair em extremos.
22 fevereiro 2012
Da humidade
Não gosto de limpar-me a toalhas molhadas. Não há nada pior do que acabar de tomar um banho quentinho e, quando nos vamos limpar, a toalha ainda estar húmida. Que desconsolo... Odeio quando me esqueço de pôr a toalha a secar e depois tenho de me limpar a ela, ainda meia molhada. É que se eu me lembrar antes de tomar banho, ainda dá tempo para ir buscar uma lavada. Agora se só vir depois do banho, já a escorrer água na banheira, não dá muito jeito ir buscar uma lavada. Ainda por cima agora no Inverno é muito mais difícil as toalhas secarem (tenho de ligar o desumidificador, senão não tenho hipótese) e é quando sabe mais mal (no Verão quase nem se nota). Maldito frio que não deixa as toalhas secarem!
16 fevereiro 2012
Da claridade
Não gosto de usar óculos de sol de manhã. O problema não será tanto a manhã em si, mas mais o ter acordado há pouco tempo. Provavelmente será a cara de sono. Faz-me impressão pôr óculos quando ainda acordei há pouco tempo. Sinto que está ali qualquer coisa que não pertence. E ainda por cima, tenho tido azar com o tempo. Este Inverno tem tido mais sol que os Verões escaldantes do Brasil, o que torna difícil a minha viagem para o trabalho, na auto-estrada, onde o Sol me cega impiedosamente, pelo retrovisor. Se a luz vier da frente, uso o método da pala do carro, para tapar a claridade possível, mas como é um reflexo, esse método não tem muita eficácia. Tenho então de vir com a mão a tapar o sol o caminho todo, ou até à curva mais à frente, onde já deixa de me aborrecer. Chuva, porque não voltas?
15 fevereiro 2012
Da selecção
Não gosto que só dê boa programação na televisão de madrugada. Durante o dia, enchem os canais de programas de caca, de novelas (TVI é oficialmente o pior canal, aí com 8 novelas a dar diariamente), de concursos da treta, de reality shows. De porcaria no geral. Mesmo no horário nobre, que é quando devia haver bons programas, é só novelas (safa-se a RTP2, com as séries das 22h30). Depois, a partir da 1h da manhã, começam a dar as coisas realmente boas, séries e filmes. Lembro-me quando ainda não trabalhava, era capaz de ficar até as 4h da manhã a ver televisão. E eu só tenho quatro canais. Mas tinha de aproveitar quando davam coisas de jeito. Hoje em dia não mudou muito. Não percebo bem esta estratégia das televisões. Quer dizer, se calhar até percebo, porque devem ser as novelas que dão maiores audiências aos canais. Mas e quem não gosta de novelas? (ok, tv cabo, got it...)
14 fevereiro 2012
Da imaginação
Não gosto do Dia de S. Valentim. Quer dizer, não é não gostar, é só meter-me um bocado de nojo tanto coração em todo o lado. Para já, isto foi uma apropriação comercial de uma tradição que não era nossa. Mas tudo é válido para encher os bolsos dos comerciantes de Euros. Depois, assim numa atitude forçada de auto-comiseração, gosto de imaginar-me como o Forever Alone, triste e sozinha para sempre. Não é verdade, mas eu sou assim meia doente e tenho tendência para o drama e para o delírio.
13 fevereiro 2012
Da mudança
Não gosto do Nuno Markl. Vou explicar como tudo começou. Eu conheço o Markl desde O Homem Que Mordeu o Cão, na Comercial, com o Pedro Ribeiro, o José Carlos Malato e a Ana Lamy, há muitos muitos anos. Desde essa altura que gostava muito dele. Entretanto ele saiu da Comercial, foi para a Antena 3 e depois voltou de novo à Comercial. Ele passou a ser uma pessoa diferente desde que se divorciou da Anabela e começou a namorar com a Ana Galvão. Foi para o ginásio, cortou a barba, tirou a carta, despachou os cães, entre outros. Ficou mais conhecido, começou a aparecer na televisão e nas revistas e de repente toda a gente o conhece. Nota-se que ficou um bocado com a mania. Para além de estar sempre a falar da Galvão e do filho. E pronto, deixei de gostar dele e de lhe achar a piada de outrora. Agora o Markl está bom para entreter velhinhas e senhoras de meia idade que lêem a Caras.
10 fevereiro 2012
Do revivalismo
Não gosto do revivalismo dos anos 80 que se tem vivido nos últimos tempos. Acho giro que demos valor às coisas esquecidas da nossa infância (para os que nasceram nos 80), mas o que é demais enjoa. O culpado disto tudo é o Nuno Markl e a sua Caderneta de Cromos. Sim senhor que no início aquilo até era engraçado e tal, mas agora já só se ouve falar disso e já mete nojo. Eu própria passei a detestar o Markl ainda mais (tema de um novo post). São os penteados dos anos 80, as roupas dos anos 80, os brinquedos dos anos 80, a música dos anos 80, os filmes e séries dos anos 80... De repente, tudo o que é dos anos 80 é super espectacular. Não duvido que para o senhor Markl isto tenha sido um bom negócio (com livros e concertos e tudo), mas para o comum dos mortais, que não ganha nada com isso, se calhar já chega.
09 fevereiro 2012
Da (in)domabilidade
Não gosto de gatos maus. Eu adoro gatos, aliás, ali o gato de lado no blog deve dar para entender, mas não de gatos maus. Não sei se a palavra é maus, porque eu acho que eles não são verdadeiramente maus. Há alguns que são assim mais silvestres, como diz a minha veterinária. Ou são assustados ou tímidos e isso dá-lhes para atacar, mas isso é a natureza deles. Tenho uma gata nova, a Mimi, que veio da rua para minha casa, e então acho que é por ainda não estar habituada ao calor do lar que frequentemente bufa e ferra e arranha. Já não bastava o outro gato do demo que mora comigo, agora há mais esta a juntar-se à festa. Só que a Mimi até para o outro é má. Eu não sei muito bem como vou resolver esta situação, deitá-la fora está fora de questão, mas estou farta de viver no medo. Sim, eu pelo-me de medo dela. Eu só lhe faço festas com luvas e casaco e só pego nela com uma manta a embrulhá-la, para o caso de ela se atirar mim. Eu tenho esperança que com o tempo ela vá melhorar, mas às vezes apetece-me ficar no escritório para sempre, para não ir para casa e lidar com ela...
08 fevereiro 2012
Da abstracção
Não gosto de fazer trabalhos para a faculdade. Prefiro fazer testes e exames. Isso ao menos é mais concreto. Um gajo (adoro dizer isto, um gajo) sabe que tem de estudar e acabou. Há slides e apontamentos com matéria, há obras de referência (que nunca se usam). É pegar nesse material todo e começar a estudar. Agora trabalhos... Ando ali à volta, à volta, a pesquisar na net, a ver numas obras o que é que se pode aproveitar, mas é tudo assim mais abstracto. Isto dos trabalhos parece-me sempre um bocado tanga. Nunca ficam grande coisa. Umas horas a pesquisar sobre o poder panóptico, por exemplo, não trarão nada de novo ao mundo, parece-me; é um bocado dizer o que já foi dito. Então quando é um trabalho de tema livre... Ui, isso ainda me faz mais confusão. Ao menos com um tema definido já sei sobre o que é que vou pesquisar e escrever. Se for sobre o que eu quiser, gasto 70% do tempo a pensar no tema. E depois começo a fazer sobre um tema e ponho-me a pensar se não teria sido melhor fazer sobre outro... Mil vezes testes e exames. Sempre me segui por este princípio ao longo do meu percurso académico e vou continuar, sempre que possível. Trabalhos só mesmo se for estritamente obrigatório, sem hipótese de escapar.
07 fevereiro 2012
Da exclusividade
Não gosto de irmãos. Gosto de ser filha única. Se calhar até gostaria de irmãos, se os tivesse, mas não tenho e não sinto falta. Odeio aquele ar de pena com que as pessoas olham para mim quando digo que sou filha única. Costumam dizer também que somos mimados, mas isso é só inveja, está provado. Não me parece que ser filha única seja assim tão mau. Aliás, sempre pensei nisso como uma vantagem. Tenho a atenção toda para mim. E antes pensava que se tivesse um irmão tinha apenas metade dos brinquedos, metade do quarto, metade de tudo. Assim não tive que dividir. Para além de que isso dos irmãos, lá mais para a frente, só serve para se chatearem quando os pais morrerem e tiverem de fazer as partilhas, é bastante típico. Comigo não haverá chatices, é tudo para mim. Eu gosto bastante de ser filha única. E todos os filhos únicos que conheço também gostam de ser filhos únicos. Por isso, pessoas, deixem-se desses olhares que nós dispensamos bem a vossa compaixão.
06 fevereiro 2012
Da ineficácia
Não gosto daquelas bolinhas em rede para fazer chá. Não sei se estão a ver ao que me refiro. Umas bolas que se põe lá dentro as ervas e mete-se na caneca. Essa bolas são o maior engodo de sempre. Eu, inexperiente, cheguei a comprar duas. Depois percebi que vai acontecer sempre o mesmo, por mais bolas que compre. Aquilo começa a alargar e o chá sai todo. Bebemos erva, em vez de beber chá. Alguém conhece assim algum método que seja fácil e eficaz para fazer chá com ervas? O melhor chá vende-se ao quilo e não em saquetas da Lipton, por isso queria mesmo arranjar uma forma de o fazer rapidamente, sem ter de coar o chá vezes sem conta.
02 fevereiro 2012
Da vaidade
Não gosto do termo lusodescendentes ou derivados. Não é tanto a palavra em si que me aborrece, é o contexto em que é normalmente usada. É sempre para tentar mostrar que os portugueses afinal não são uma porcaria, como toda a gente pensa, mas também são pessoas de sucesso. Lembro-me sempre quando a Nelly Furtado ficou conhcida, sempre que se ouvia falar dela, lá vinha o apêndice 'luso-canadiana'. 'A luso-canadiana Nelly Furtado isto, a luso-canadiana Nelly Furtado aquilo', sempre numa de tentar provar que ela não era só canadiana; ela pode ser conhecida, mas isso tudo é por causa dos pais que são portugueses. 'Luso-descendente eleita Miss Venezuela 2010', 'A primeira parte do concerto de James Morrison vai ficar a cargo da luso-britânica Mia Rose'. 'Acidente mata seis luso-descendentes' - ok, afinal não é só para mostrar que são bem-sucedidos... Mas o termo em si irrita-me, seja em que contexto for usado. Não sei, para mim tem o efeito completamente oposto ao pretendido, lembra-me a tacanhez e pequenez típica dos portugueses.
01 fevereiro 2012
Do conhecimento
Não gosto de me armar em sabichona. Porque não sou. Mas às vezes não tenho como não ficar admirada com a falta de conhecimento das pessoas. Ou se calhar não é assim tão grave e estou a exagerar. Nas últimas duas semanas, com pessoas diferentes, surgiu, por coincidência, o assunto 'Fausto' (num caso acerca do nome do futuro filho do Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, noutro acerca do adjectivo mefistofélico). Qual o meu espanto quando descobri que pelo menos cinco pessoas, que eu até tinha em boa conta, nunca tinham ouvido falar do Fausto. Houve até uma que respondeu 'Sim, conheço o Fausto, o cantor.' E até pode ter a ver com a minha formação de base; apesar de eu nunca ter estudado nada sobre Fausto ou sobre Goethe, é normal que tenha uma diferente apetência para conhecimentos na área literária, mas eu pensei que este era um mito sobejamente conhecido. Porque não é preciso ter lido o Fausto (eu própria tenho o livro, mas não li, é em verso...) para conhecer a história, é uma referência recorrente de livros e filmes e tudo. E não gosto de me armar em sabichona, mas acho que quando me disseram que não sabiam quem era devo ter feito inconscientemente aquela cara de enfado/espanto/impaciência que faço quando as pessoas são totós. Agora digam-me se o defeito é meu e se estou a ser presunçosa: vocês sabem quem foi o Fausto e qual é a sua história?
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